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Quem for curtir o Carnaval no sambódromo de Florianópolis vai se deparar com o seguro na passarela, já que o tema será abordado no samba-enredo deste ano da escola “Protegidos da Princesa”, uma das mais tradicionais do carnaval catarinense, que desfila na próxima sexta-feira, 9 de fevereiro.
De acordo com Édson Calheiros, idealizador do samba-enredo e presidente da seguradora Oxxy, a iniciativa de levar o seguro para a área de maior destaque do sambódromo – a passarela – é popularizar o tema, ainda desconhecido por boa parte dos brasileiros.
A partir de um livro sobre microsseguros (proteção securitária que visa preservar a situação socioeconômica, pessoal ou familiar da população de baixa renda contra riscos específicos, mediante pagamento de preços proporcionais às probabilidades e aos custos dos riscos envolvidos) escrito por ele, nasceu o debate com a escola de levar o seguro para o desfile.
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“Só para que vocês tenham uma ideia do quanto de história que nós vamos contar na avenida, começamos desde a época do rei Hamurabi, porque a pedra de Hamurabi tem o primeiro registro sobre o seguro no mundo, e traz até os dias atuais passando pela Inglaterra, pela França, pelos seguros de embarcações e chegando ao Brasil com a primeira companhia de seguros no país”, conta Calheiros no episódio desta quinta-feira (1º) do Tá Seguro?, videocast do InfoMoney que desmistifica o universo dos seguros. O programa já está disponível no YouTube (clique aqui para assistir) e nas principais plataformas de podcast (clique aqui para conferir no Spotify).
Calheiros explica ainda que a principal mensagem que eles querem passar com o desfile é que o “seguro é o caminho para uma inclusão social”. “Vamos trabalhar um pouco dessa ideia do seguro como algo essencial tanto para a agricultura quanto para a vida, para um empresário, para saúde, nós vamos percorrer todos os ramos de seguros conhecidos no Brasil”, continua o presidente da Oxxy. Ele esclarece que os cerca de 2 mil componentes da escola poderão adquirir, por um custo baixo – R$ 5 ou R$ 10 – um seguro com cobertura para acidentes pessoais junto com a compra da fantasia que usará para desfilar.
Quem vai ao sambódromo tem proteção?
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A exigência ou não de seguro varia conforme a localidade. Na cidade de São Paulo, por exemplo, que já recebe um dos maiores carnavais do país, é exigida a contratação (via licitação) de seguro para os desfiles no sambódromo, mas não para os blocos de rua.
No sambódromo, está contemplado “o seguro contra acidentes que possam ocorrer com equipe, equipamentos e público em geral (…) inclusive seguro de responsabilidade civil e danos a terceiros”, informou a SPTuris por meio de nota ao InfoMoney.
O corretor de seguros Bruno Amorim, diretor da Eventseg, explica que existem “diversos tipos de carnaval” espalhados pelo país, por isso, em cada formato de celebração o público tem uma exposição diferente ao risco. “O carnaval no sambódromo é mais controlado que um carnaval de rua, que é mais solto. Mas, de forma geral, o que pode acontecer ali é um tumulto, acidente com pessoas, alguma estrutura que venha a colapsar e machuque gente. Fugindo dos termos técnicos, basicamente precisamos de um seguro que cubra danos às pessoas e os danos às propriedades”, exemplifica Amorim. Ou seja, desde um acidente que cause ferimentos a uma pessoa até um dano ao veículo de alguém que esteja passando no entorno, por exemplo.
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Segundo o diretor da Eventseg, atualmente a “maioria dos carnavais” exige da organização um seguro com cobertura de acidentes pessoais além da cobertura de responsabilidade civil. “Porque o acesso ao seguro de responsabilidade civil é mais difícil, tem que haver uma notificação ou uma reclamação e uma determinação de responsabilidade [de quem causou o acidente ou dano]. Já no caso do acidente pessoal, havendo um acidente ou uma morte, o vínculo disso é basicamente o acidente, então propicia a essa pessoa o acesso a uma proteção de forma muito mais rápida e direta”, acrescenta Amorim.
Para Fabio Barreto, presidente da comissão de Responsabilidade Civil da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), representante das seguradoras que operam no ramo, é importante a contratação das duas coberturas – acidentes pessoais e responsabilidade civil – porque uma complementa a outra. “Muitas vezes as apólices (contratos) de acidentes pessoais têm um limite razoavelmente baixo. Onde que entra a responsabilidade? Muitas vezes na falta dessa cobertura maior. Não só pelo fato de realmente existir a responsabilidade do organizador do evento, mas imagine que essa pessoa [que sofreu um acidente ali] fica inválida e tem uma cobertura de R$ 20 mil [de acidentes pessoais]. Às vezes não é suficiente para poder sustentá-la. Então se busca, através do seguro de responsabilidade, complementação do valor de indenização para a família”, ressalta Barreto.
Outra cobertura importante que pode ser contratada pela organização em carnavais, principalmente para os com bilheteria, é a de cancelamento, salienta Ilan Kajan, vice-presidente de riscos corporativos da corretora de seguros Alper. “Porque o cancelamento tem um viés financeiro extremamente relevante, principalmente quando é um evento que tem viés de geração de receita”, observa Kajan. Ou seja, algum cantor famoso que se apresentaria pode cancelar por conta de algum problema de saúde ou mesmo algum evento climático extremo – como calor ou chuva intensos, impossibilitando a realização do evento e gerando a necessidade de possibilitar ao público o reembolso do ingresso pago.
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Em relação aos danos materiais, uma situação que geralmente não está coberta nesses eventos, comentam os especialistas, é a de furto simples de objetos como celulares, por exemplo – seja na arquibancada ou em camarotes. “A não ser que esse camarote tenha uma área onde você coloque os bens sob guarda. O airlocker [tipo de armários inteligentes autogerenciáveis] ficou muito comum, pelo aplicativo você guarda ali o celular. A operação do airlocker tem o seguro. Mas se o seu celular sumiu ou foi roubado, não conta com cobertura [do evento]. Só se a pessoa tiver um seguro próprio dela, do equipamento”, pontua Amorim.
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