Publicidade
O ciclone extratropical que atingiu a região Sul do país, no início da semana, deixou um rastro de destruição. De acordo com a Defesa Civil, 41 pessoas morreram e outras 46 pessoas estão desaparecidas nos municípios gaúchos de Muçum (30), Lajeado (8) e Arroio do Meio (8).
O governo federal decretou estado de calamidade em 79 municípios, e a estimativa é de que Geraldo Alckmin (PSB), presidente em exercício, se dirija ao Rio Grande do Sul neste fim de semana.
A estimativa é que o número de desabrigados seja de 2.944 e desalojados é de 7.607. O número de afetados pelo fenômeno natural no Rio Grande do Sul é de 122.992.
Continua depois da publicidade
Devido à gravidade da incidência do ciclone, as seguradoras criaram operações de emergência para atender seus clientes.
A Bradesco Seguros, por exemplo, iniciou uma nova Operação Emergencial de Tratamento de Sinistros nos três estados da região. Até o momento, já foram realizados mais de 60 chamados especiais para os seguros Residencial e Empresarial em 10 cidades afetadas pelo ciclone.
A empresa lembra que, há pouco mais de um mês, a Região Sul já havia sido atingida por dois fenômenos naturais extremos. Em ambas as ocasiões, a Bradesco Seguros realizou duas Operações Emergenciais de Tratamento de Sinistros e atendeu mais de 1.000 chamados emergenciais, com estimativa de indenizações superiores a R$ 10 milhões. Desse total, mais de 80% dos chamados correspondem ao seguro residencial, seguido do seguro empresarial.
Continua depois da publicidade
A Tokio Marine também montou um esquema de atendimento prioritário aos clientes atingidos pelo fenômeno climático, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. As equipes auxiliam na remoção de veículos avariados. A companhia também tem agilizado os trâmites para o pagamento imediato das indenizações.
A Seguradora Zurich colocou seu protocolo de contingência em prática, que contempla desde a mobilização dos prestadores de assistência 24h aos prestadores de sinistros para atendimento prioritário e celeridade nas indenizações.
“Além do atendimento aos nossos segurados, estamos oferecendo suporte também aos municípios, com a remoção dos veículos de áreas alagadas com nossos guinchos e o apoio por meio do nosso fundo de catástrofe, através do Movimento União BR, com gestão corporativa e financeira do Instituto da Criança, para a compra de refeições desidratadas e kits de higiene e limpeza para a população”, diz a nota da seguradora.
Continua depois da publicidade
Até o momento, a Zurich registrou mais de 20 acionamentos do seguro auto e residência, que foram previamente analisados e estão em processo de liquidação.
O que o seguro cobre e o que não cobre?
Segundo os especialistas do mercado de seguros consultados pelo InfoMoney, os seguros podem cobrir boa parte dos danos causados por ciclone. Contudo, a maioria não está inclusa nos pacotes mais básicos dos planos patrimoniais contratados – como o automóvel, o residencial e o empresarial, e precisam ser contratadas à parte.
É o caso das coberturas para granizo, dano elétrico, alagamento e vendaval, que podem ser adquiridas adicionalmente ao seguro residencial ou empresarial, por exemplo. A cobertura para vendaval é a mais acionada pelos segurados quando há ocorrência de ciclones.
Continua depois da publicidade
“Dá amparo a destelhamento e eventual queda de árvore, tudo que for causado diretamente pelo vento estaria na cobertura de vendaval, como objetos vindo de outros vizinhos que atingiram imóveis, como letreiros, telhados, etc.”, explica Magda Truvilhano, vice-presidente da comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).
O que fazer se minha casa, carro ou empresa forem atingidos?
O primeiro passo para o segurado é contatar a assistência 24h da seguradora, que providenciará o atendimento emergencial para que o dano não seja agravado. Ou seja, se o automóvel foi atingido por uma árvore, poderá ser enviado um guincho para a retirada do veículo e posterior encaminhamento à oficina.
Se houve um destelhamento na residência ou empresa, a seguradora poderá enviar uma equipe para cobrir a falta de telhas com uma lona e evitar que vento ou água invadam ainda mais o local. Ou, ainda, dependendo do caso, o próprio segurado poderá providenciar o reparo emergencial para ser posteriormente indenizado. Nessa situação, a indicação é de sempre seguir o que a central de atendimento orientou e registrar tudo por fotos e vídeos para documentar todo o processo e garantir a indenização.
Magda, da FenSeg, destaca que as seguradoras têm adotado a agilidade e a simplificação nos processos como boa prática em eventos catastróficos como esse vivenciado pelo sul do país (a exemplo do que foi feito em fevereiro em São Sebastião, litoral paulista).
“O que acaba acontecendo quando temos um evento assim, é que as pessoas acabam demorando um pouco para abrir o sinistro (ocorrência do risco previsto no contrato de seguro). Elas acabam abrindo até um, dois ou três dias depois do acontecido. O que as seguradoras fazem para simplificar é abrir pontos de atendimento perto, porque a dúvida em relação a ocorrência do sinistro não existe, então as seguradoras simplificam o processo para agilizar”, pontua.