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O salário-mínimo pago a trabalhadores, aposentados, pensionistas e pessoas que recebem benefícios de auxílio-doença ou de prestação continuada (BPC) pode subir 7% no próximo ano, chegando a R$ 1.412. Em 2023, o valor foi de R$ 1.320.
A estimativa para 2024 foi feita por analistas levando-se em consideração os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrado nos últimos 12 meses até novembro mais o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.
O INPC acumulado até novembro foi de 3,85% e o PIB de 2022 chegou a 3%. Se confirmado, o valor, no entanto, ficará abaixo dos R$ 1.421 previstos pela política de valorização do salário-mínimo, acima da inflação.
No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), o governo Lula previu o salário-mínimo no valor de R$ 1.413, por utilizar uma estimativa de inflação de 3,9%, que não se confirmou.
Todos os meses, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) calcula o preço da cesta básica de alimentos em 17 capitais do Brasil. E, a partir dela, também calcula qual seria o salário-mínimo ideal para cobrir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Diante desses cálculos, a entidade informou que o salário-mínimo já em novembro de 2023 deveria ser de R$ 6.294,71, ou seja 4,4 vezes a mais do que o valor projetado para 2024.
De acordo com Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, o salário-mínimo projetado deveria ser de R$ 1.411,95, em 2024, mas foi arredondado para R$ 1.412,00. Esse aumento de 7% ante o ano anterior deve provocar um efeito fiscal sobre as despesas indexadas a ele, que totalizará até R$ 35 bilhões anualizados.
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Salto explica que, após a divulgação do INPC de novembro, será possível fazer os cálculos do benefício que leva em conta 1+PIB de 2022 x 1 + INPC 12 meses até novembro x 1.320. “Com isso, já está precificado o peso em nossos cenários com o novo valor”, disse.