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A Rico, corretora da XP Inc. (XPBR31) voltada ao público jovem, anunciou nesta quarta-feira (5) o lançamento da sua conta digital sem tarifas nem taxas e de um cartão de débito e de crédito sem anuidade e com cashback e outros benefícios atrelados à bandeira Visa Infinite.
O objetivo é triplicar o número atual de clientes até 2025 e transformar a corretora em um banco digital, para concorrer com neobanks já estabelecidos e que dominam atualmente o segmento, como o Nubank (NUBR33) e o Inter (INBR31). A XP Inc. não revela quantos clientes a Rico tem atualmente, só o total consolidado do grupo (3,5 milhões de contas, segundo dados do último trimestre).
“Até ontem nós éramos só uma corretora, hoje nós estamos avançando sobre outro público”, afirma o head da Rico, Pedro Canellas. Ele diz que o público alvo da Rico cresce consideravelmente com essa nova estratégia, para 39,6 milhões de pessoas — mais que 5 vezes o público alvo atual da corretora —, sendo que de 12 a 15 milhões desse novo segmento têm menos de 40 anos.
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O foco neste momento são clientes com renda acima de R$ 5 mil. “A Rico tem uma pegada e uma base de clientes muito jovem, com um perfil etário baixo, entre 25 e 40 anos. E um cliente de renda menor, até por ser mais novo”, afirma Canellas. “Então nós vemos um crescimento na Rico via banking, antes mesmo de o cliente virar investidor”.
O cartão de crédito
Para isso, vai oferecer um cartão de crédito com cashback de até 1% nas compras do dia a dia e de até 10% na sua central de benefícios — um shopping dentro do aplicativo que terá dezenas de marcas como Nike (NIKE34), Centauro (SBFG3), O Boticário, Americanas (AMER3), Casas Bahia (VIIA3), Extra (PCAR3) e Droga Raia (RADL3), entre outros —, para aumentar a recorrência no aplicativo.
O cartão da bandeira Visa Infinite terá benefícios similares aos que já são oferecidos pelo da XP, como seguro de viagem internacional, seguro para locação de veículos e garantia estendida gratuitos, além de pagamento por aproximação e aceitação nas principais carteiras digitais (como Apple, Google e Samsung Pay). Neste primeiro momento, o cartão da Rico não terá gratuidade em salas VIPs em aeroportos.
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Nos próximos meses a Rico vai oferecer outros produtos e serviços, como a possibilidade de fazer investimentos pelo cartão de crédito (o cliente poderá cadastrar um valor mensal e pagá-lo direto na fatura), além seguros e uma plataforma de negociação de criptoativos. Canellas diz que os seguros devem estar disponíveis até o fim do ano e a Xtage (a mesma plataforma que já está disponível para clientes da XP), até o primeiro trimestre de 2023.
Cashback de até 1%
Canellas diz que o cashback do cartão vai transformar os futuros clientes, que ainda não são investidores, em investidores. Isso porque, assim como o “investback” da XP, o cashback da Rico será depositado automaticamente em um fundo que rende 100% do CDI e não tem taxa de administração. Mas o cashback do cartão da Rico será um pouco diferente do da XP.
Ele não terá cashback para quem pagar até R$ 1,5 mil de fatura e dará 0,5% para quem gastar entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil por mês e 1% para quem gastar acima desse valor. Além disso, o dinheiro será transferido para o fundo que rende 100% do CDI sempre que o “investback” chegar a R$ 10. Já o cartão da XP dá 1% de cashback em todos os gastos, mas transfere o dinheiro só quando acumula R$ 50.
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Na central de benefícios, o cashback poderá chegar a 10% (como já ocorre com o cartão da XP). “Queremos beneficiar o consumo do dia a dia, queremos caprichar no desconto de produtos que pesam no bolso dessas pessoas com renda menor”, afirma Canellas.
Operação lucrativa?
Na apresentação do cartão, a Rico comparou o seu cartão com o de outros bancos digitais, para destacar os benefícios. Canellas foi questionado sobre como a XP vai conseguir “monetizar” os clientes oferecendo esses benefícios, fazendo a operação dar lucro. Ele disse que a operação da corretora já é rentável, mesmo oferecendo taxa zero para investimentos — apesar de não apresentar números.
“O nosso cliente não é deficitário porque o mercado tem muita margem. Zeramos a corretagem e a taxa do Tesouro Direto e de renda variável e somos super lucrativos”, afirmou o head da Rico. Em relação ao banco digital e aos novos produtos, ele disse que operação de banking por si só já será lucrativa e deu como exemplo o cashback de até 1% do cartão.
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“A taxa que os bancos ganham [em uma transação] é maior que 1%, então mesmo quando devolvemos 1% para o cliente a gente lucra. Os outros players acabam absorvendo a taxa inteira, o que estamos fazendo é devolver uma parte para o cliente”, afirma Canellas. “Isso só mostra como dá para atacar a margem e coloca pressão nos concorrentes, porque tem muita gente ganhando dinheiro em cima do cliente”.
“E, se você começa a fidelizar o cliente, ele traz o salário para a Rico, começa a pagar as contas na Rico, e tudo isso traz dinheiro para dentro da casa”, afirma o executivo. “Nosso papel como Rico, como grupo [XP], é disruptar o mercado. É oferecer um produto, um serviço melhor”.
A conta digital
Inicialmente a conta digital e o cartão estarão disponíveis apenas para clientes selecionados (que já receberam um convite da Rico e manifestaram interesse nos produtos). A conta e o cartão de débito foram oferecidos para todos que têm mais de R$ 1 mil em aplicações financeiras na corretora, e o cartão de crédito depende da aprovação de crédito do cliente (assim como o limite que o cliente terá).
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A conta digital da Rico não tem tarifas de abertura ou manutenção e possui atendimento 24 horas e Pix e TEDs gratuitos e ilimitados. Também será possível fazer portabilidade do salário e saques, além de pagar contas e boletos. A gestão da conta será totalmente digital, pelo aplicativo da Rico e de forma integrada com a conta de investimentos.
Apesar de não dizer quantos clientes tem a Rico, a XP diz que mais de 70% têm menos de 35 anos, mais de 400 mil investem em Tesouro Direto e mais de 600 mil, em renda variável. Diz também que a corretora tem 720 mil inscritos no YouTube e 190 milhões de visualizações por ano.
“Quando você pega esse público jovem ou iniciante, a vida dele está muito mais baseada em consumo e produtos bancários”, afirma o head da Rico. “Ele ainda está no início da jornada, então o grande alicerce do relacionamento [com o cliente] vai ser o banking. Por isso queremos ser o melhor neobank para essas pessoas, de quem está começando mas quer poupar e se tornar investidor”.
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