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Declarar o Imposto de Renda pode parecer um processo burocrático e trabalhoso, especialmente para aqueles que não são obrigados a informar seus rendimentos à Receita Federal. No entanto, mesmo quem está isento da obrigatoriedade pode se beneficiar ao apresentar a declaração ao Fisco.
Além da possibilidade de restituição de impostos retidos, a declaração do IR pode servir como comprovante de renda, facilitar o acesso a crédito e evitar questionamentos fiscais futuros.
Para saber quais são as vantagens de enviar a declaração mesmo sem a obrigação, o InfoMoney consultou especialistas para entender melhor o assunto. Veja a seguir.
Comprovação de renda e acesso a crédito
Um dos principais benefícios de declarar o Imposto de Renda voluntariamente é ter um documento oficial que atesta renda e patrimônio. Esse comprovante pode ser utilizado em diversas situações da vida financeira.
“A declaração regular permite a obtenção de financiamentos bancários, facilita processos de aquisição de bens, e reduz riscos de questionamentos futuros pela Receita Federal”, explica Daniela Poli Vlavianos, sócia do escritório Poli Advogados & Associados.
Segundo ela, o histórico financeiro transparente oferecido pela declaração do imposto de renda também pode ser determinante na análise de crédito realizada por bancos e financeiras.
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Isso porque algumas instituições consideram a declaração como um indicador de estabilidade econômica — o que pode resultar em melhores condições de empréstimos, financiamentos e até mesmo taxas de juros reduzidas.
Restituição de valores retidos
Outro motivo relevante para declarar o IR é a possibilidade de recuperar alguns valores pagos. Quando um contribuinte tem imposto retido na fonte, mesmo sem atingir o limite de rendimentos tributáveis para ser obrigado a declarar, pode ter direito à restituição.
“Caso a pessoa tenha sofrido algum tipo de retenção do imposto de renda em pagamentos recebidos ao longo de determinado exercício, mas depois constate-se que seus rendimentos totais lhe conferem a isenção do imposto, os valores recolhidos serão restituídos conforme os lotes de restituição da Receita Federal”, explica Marcelo John Cota de Araújo Filho, advogado tributarista do escritório Schiefler Advocacia.
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Prevenção contra problemas fiscais
A entrega voluntária da declaração também pode evitar questionamentos por parte da Receita Federal. Segundo Daniela Poli Vlavianos, ao manter um histórico fiscal regularizado, o contribuinte reduz riscos de suspeitas de omissão de rendimentos e eventuais problemas em fiscalizações futuras.
Isso é particularmente relevante para quem pretende adquirir bens de alto valor, como imóveis e automóveis, pois a ausência de uma declaração pode gerar questionamentos sobre a origem dos recursos utilizados para essas compras.
Marcelo John Cota de Araújo Filho complementa que a declaração do IR pode servir como uma antecipação do histórico de recursos. “Isso permite que a aquisição de bens de alto valor, como imóveis, não se tornem alvo de questionamentos da Receita Federal”, diz.
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Por isso, mesmo que o contribuinte não esteja formalmente obrigado a declarar, manter a documentação organizada e transparente pode ser uma estratégia de prevenção fiscal.
Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2025?
Embora as regras exatas do IR 2025 ainda não tenham sido publicadas pela Receita Federal, algumas mudanças já são esperadas, especialmente no limite de rendimentos tributáveis que obriga a entrega da declaração:
- Quem teve rendimentos acima de R$ 30.639,90 no ano-base 2024;
- Quem recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 40.000,00;
- Quem possuía bens e direitos acima de R$ 300.000,00 em 2024;
- Quem obteve ganho de capital na venda de bens ou direitos sujeitos à tributação;
- Quem teve rendimentos de atividade rural acima de R$ 169.520,00 ou deseja compensar prejuízos anteriores.