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O Banco Central destacou na quinta-feira (1) que a iniciativa do Real Digital é uma ação em curso para permitir a transição para a “economia tokenizada” sem comprometer a estabilidade financeira.
Para poder disseminar os benefícios das novas tecnologias provenientes dessa nova economia, como o Real Digital, o BC afirma que terá de fazer mudanças na sua estrutura. Serão necessários novos sistemas e processos, além de uma nova cultura organizacional, ajustando os arcabouços regulatórios e os modelos de supervisão.
“Cabe, portanto, ao BC propiciar um ambiente seguro para a geração de novos negócios, ao mesmo tempo em que promove o acesso aos benefícios da digitalização da economia a uma base maior de cidadãos e empreendedores.”
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As avaliações são resultados do estudo “Real Digital: uma Plataforma para as Finanças Tokenizadas”, que faz parte do Relatório de Economia Bancária de 2022, a ser divulgado na íntegra no dia 6 de junho.
No texto, o BC destaca as decisões no projeto do Real Digital, como o uso de depósitos de bancos e de contas de pagamento em forma de token (representação digital de um ativo), para fazer as operações no varejo.
“Esse modelo previne a desintermediação bancária e, ao mesmo tempo, permite que o real seja transacionado em uma rede baseada em DLT (blockchain), potencializando a programabilidade da moeda e viabilizando novas funcionalidades por meio de contratos inteligentes.”
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Sobre o Real Digital
O real digital entrou em fase de testes em março deste ano, no Banco Central, por meio de uma plataforma que permite o registro de vários tipos de ativos financeiros.
A ferramenta só deverá estar à disposição dos correntistas no fim de 2024, quando começará a receber depósitos tokenizados.
Há cerca de uma semana, o BC anunciou as 14 instituições que vão oficialmente integrar os testes de emissão, negociação, transferência e resgate de clientes simulados.
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A tokenização pode ser definida como a representação digital de um bem ou de um produto financeiro, que facilita as negociações em ambientes virtuais. Por meio de uma série de códigos com requisitos, regras e processos de identificação, os ativos (ou frações deles) podem ser comprados e vendidos em ambientes virtuais.
Categorias de ativos
Vale lembrar que o BC vai registrar três categorias de ativos neste ambiente de CBDC:
- Real Digital: para o atacado ou interbancário; moeda do Banco Central que hoje os análogos são as reservas bancárias ou as contas de liquidação;
- Real Tokenizado: para o varejo; versões tokenizadas do depósito bancário; que é o dinheiro em sua versão digital que a pessoa física tem no banco;
- Títulos do Tesouro Direto: possibilidade de compra e venda de títulos públicos federais (TPF) no mercado primário e secundário.
Embora o Real Digital ganhou força como nome mais conhecido da versão virtual do dinheiro, o BC deu nomenclaturas específicas diferentes para separar o funcionamento de cada ativo no ambiente digital que está sendo criado.
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A proposta inicial é fazer testes simulados com compra e venda de títulos públicos para avaliar o funcionamento da infraestrutura do Real Digital e a privacidade das transações. O cronograma prevê que os testes com os títulos do Tesouro devem acabar no próximo ano.
*Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo.