“Queremos comprar a Latam. O que eu diria aos deputados é: olhem como a Azul mudou o país”, diz CEO

John Rodgerson em live do IM: "O que eu diria aos deputados que se importam com emprego no Brasil é que a venda da Latam para Azul é muito benéfica ao país"

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Com seu maior caixa da história e aproveitando a demanda represada por viagens por causa da pandemia de coronavírus, que impulsionou principalmente o turismo doméstico em 2021, a Azul (AZUL4) quer comprar a operação brasileira da Latam. Em live do InfoMoney, John Rodgerson, CEO da aérea, deu um recado aos deputados que estão analisando a possível operação: “olhem como a Azul mudou o país”.

“Não é rumor. Eu tenho sido muito vocal neste sentido [de compra da Latam]. Eu tenho muito interesse. É interesse de todo mundo, nossos clientes, pilotos, comissários, aeroportos. Ter uma empresa aérea forte aqui no Brasil está no interesse de todo mundo. Eu acho que isso deve acontecer. Aqui no Brasil tem muito voo de galinha. Se você trabalhou em uma empresa como Avianca, que começou e depois parou, imagina um piloto que ficou 10, 15 anos na empresa e, de repente, ela vai para recuperação judicial. Imagina o estresse daquela família”, disse o executivo.

“O Brasil precisa de empresas grandes, fortes, que paguem impostos, que comprem aeronaves, que abrem novos destinos, acho que isso é muito bom para o mercado. Você tem que o Brasil é um mercado aberto, qualquer um pode entrar. Por que você não pode ter empresas fazendo fusões aqui no Brasil? Eu acho que isso é saudável para o Brasil e para o setor”, completou.

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A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

Rodgerson destacou o desenvolvimento do setor aéreo nacional, parte estimulado pelos investimentos da Azul nos últimos anos. “Os deputados devem olhar isso [a aquisição da Latam pela Azul] por esse contexto. Se você olha outros países do mundo, Air Canada tem 70% do mercado aéreo canadense, Avianca tem 70% do mercado da Colômbia, a LAN tinha 85% do mercado do Chile. Parem de pensar que isso não pode ser benéfico e vejam as oportunidades”, afirmou o CEO.

Sobre a Latam Brasil, o processo de recuperação judicial impede que a empresa receba propostas de aquisição durante o chamado período de exclusividade, que se encerra em cerca de um mês. “Um deputado acha uma coisa, outro acha outra. O que eu diria a todos os deputados que se importam com emprego aqui no Brasil é que isso [a aprovação da compra da Latam pela Azul] é muito benéfico ao país”, completou Rodgerson.

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Alex Malfitani, cofundador e CFO da Azul, que também participou da live, destacou a retomada da empresa em 2021 e o desempenho positivo no segundo trimestre, apesar de ser sazonalmente um período mais fraco para a aviação. Ele citou que as tarifas atuais cobradas pela companhia já estão maiores do que estavam em 2019, antes da pandemia, e a demanda segue forte.

O CFO falou também sobre a Azul Cargo, braço logístico da companhia aérea. “Tem oportunidade para a gente ser mais eficiente ainda, fazendo parcerias ou aquisições no setor rodoviário para a gente completar essa malha e poder cobrir o Brasil de maneira mais eficiente. Mas vamos crescer de maneira asset light, não vamos comprar caminhão, moto. Vamos conectar nosso aéreo com parcerias”, disse.

O faturamento da Azul Cargo em 2019 foi de cerca de R$ 500 milhões e a empresa se comprometeu a entregar R$ 1 bilhão de faturamento com o braço logístico neste ano. “A pandemia ajudou com demanda, que aumentou muito no período por causa das vendas online, mas atrapalhou muito a operação porque 90% das entregas no pré-pandemia era usando o porão dos voos comerciais”, explicou.

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Os executivos falaram ainda sobre o programa de fidelidade Tudo Azul, sobre como a reforma tributária pode afetar a companhia e sobre a recontratação de funcionários que tiveram que ser demitidos por causa da pandemia no ano passado. “11.716 tripulantes se dispuseram no ano passado a doar parte de sua remuneração para ajudar a companhia. Eu não esqueço nunca disso. Dos que tiveram que ser desligados por causa de fechamento de aeroportos, já recontratamos 800”, disse o CEO. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.