Queimadas fazem venda de umidificadores subir 300% (e empresas tentam repor estoque)

Para driblar o ar seco, consumidoes recorrem também a inaladores e nebulizadores; varejo contabiliza salto nas vendas

Gilmara Santos

Céu de São Paulo nesta terça-feira (10) (Mauro Garcia/InfoMoney)
Céu de São Paulo nesta terça-feira (10) (Mauro Garcia/InfoMoney)

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O calor intenso e as queimadas estão deixando a qualidade do ar muito ruim em vários municípios, colocando, inclusive, a Capital paulista no topo do ranking das cidades com a pior qualidade do ar no mundo.

Está realmente difícil para respirar e, diante deste cenário, muitas pessoas estão buscando alternativas para tentar melhorar a respiração e os umidificadores e climatizadores de ar podem ser importantes aliados da população. Com isso, redes varejistas já contabilizam crescimento nas vendas destes itens.

“Indepentemente do modelo, eles são estratégias importantes durante o tempo seco, pois podem prevenir diversos sintomas como tosse, irritação ocular, crises de alergia”, afirma Ingrid Danielle Cardoso Carvalho, pneumologista do Hospital Albert Sabin de São Paulo.

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Ela alerta, no entanto, que apesar de serem grandes aliados no clima seco, o uso excessivo e incorreto de umidificadores pode trazer malefícios, como o surgimento de mofo.

Aumento nas vendas

O Magalu, por exemplo, registrou aumento de mais de 300% nas vendas de umidificadores de ar na comparação entre todo o mês agosto com os 10 primeiros dias de setembro deste ano. A alta procura aconteceu, principalmente, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Na comparação entre agosto deste ano e o mesmo mês de 2023, o crescimento das vendas foi de 30%. A empresa ressalta que já iniciou a reposição de seus estoques do produto para atender os clientes com diversas opções.

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O Grupo DPSP (Drogaria São Paulo e Pacheco) também registrou aumento significativo nas vendas de umidificadores nos últimos meses. Para se ter uma ideia, de janeiro a agosto deste ano, houve um crescimento de 48,7% nas vendas, se comparado com o mesmo período no ano passado.

Considerando apenas o Estado de São Paulo, no mesmo período, o crescimento de vendas foi de 66,7%, quando comparamos 2024 com 2023.

A empresa enfatiza que apenas até o dia de setembro de 2024 já foram vendidos de umidificadores o equivalente ao mês todo de agosto de 2023, além de registrar um aumento de mais de 50% em relação às vendas de agosto do ano passado.

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Alternativas

As vendas de inaladores e nebulizadores também dispararam. Dados da Omrom, multinacional japonesa líder mundial na fabricação de inaladores, mostram que até julho deste ano foram vendidos 1.060 milhão de inaladores. No ano passado inteiro, foram1.650 milhão de unidades.

A companhia destaca que as vendas de inaladores e nebulizadores em agosto foram 30% acima da média histórica e a previsão é que setembro tenha alta de 50% em relação ao mesmo mês do ano passado.

As Casas Bahia, por sua vez, verificaram um aumento de procura de 5% em climatizadores e 25% em ventiladores em relação ao mesmo período do ano passado (10 primeiros dias do mês de setembro). E comparando com os 10 primeiros dias de agosto a procura é ainda maior, alta de 200% em climatizadores e ventiladores.

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De acordo com a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), a venda de ar condicionado disparou 83% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado.

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Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC