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SÃO PAULO – O mercado imobiliário residencial vem atravessando a crise econômica gerada pela pandemia com certo fôlego: no primeiro semestre de 2020, os financiamentos imobiliários tiveram a maior alta dos últimos dez anos e os preços subiram acima da inflação no acumulado do ano.
De janeiro a julho, o preço médio do metro quadrado no país teve alta nominal (sem contar a inflação) de 1,4%, acima da inflação de 0,46% (estimativa para o IPCA no período), segundo dados do Índice FipeZap, que acompanha os preços de imóveis residenciais anunciados para venda em 50 cidades.
Depois de avançarem 0,18% em junho, os preços aceleraram em julho, subindo 0,28%. Ainda assim, a alta deve ficar abaixo do IPCA esperado, de 0,36%, segundo expectativa do Boletim Focus do Banco Central. Ou seja, os imóveis devem apresentar variação real (resultado descontando a inflação) de -0,08% em julho, o que significaria que subiram menos do que a variação geral de preços da economia.
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Eduardo Zylberstajn, coordenador de pesquisas da Fipe, afirma que o movimento de alta nos preços vem se mantendo, embora em junho o aumento tenha ficado abaixo da inflação – o que deve se repetir em julho.
“Há uma tendência de alta sendo demarcada, mas estamos falando de aumento nominal. Em termos reais ainda vemos queda de 1,15% nos últimos doze meses, o que pode gerar boas oportunidades de compra. Ainda há muita incerteza sobre o que vai acontecer e os preços vem variando de forma pouco expressiva mês a mês”, explica Zylberstajn.
Considerando julho, as maiores altas de preço foram registradas em: Brasília (+1,92%), Belo Horizonte (+0,60%) e João Pessoa (+0,51%). Por outro lado, apenas três capitais registraram queda no período: Recife (-1,72%), Campo Grande (-0,12%) e Rio de Janeiro (-0,10%). Em São Paulo, município com maior peso na variação do Índice FipeZap, a alta nominal registrada foi de 0,38%.
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Zylberstajn ressaltou que mercado imobiliário é mais inercial que outros setores e, por mais que tenha acontecido um choque com aumento do desemprego e queda na confiança do consumidor, há a sensação de que a crise é passageira.
“Nenhum vendedor vai diminuir significativamente o seu preço, se tem a expectativa de que o cenário vai caminhar para a normalidade. Mas é a crise mais grave do século, ainda há desafios e está cedo para definir alguma perspectiva no longo prazo. Precisamos seguir mapeando os riscos”, disse.
Veja as maiores altas e baixas do período:
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Cidade | Variação no preço médio no semestre |
Maiores altas | Positivo |
1.Brasília, DF | +1,92% |
2. Belo Horizonte, MG | +0,6% |
3. João Pessoa, PE | +0,51% |
4.Porto Alegre, RS | +0,49% |
5. Vitória, ES | +0,49% |
Maiores baixas | Negativo |
1. Recife, PE | – 1,72% |
2. Campo Grande, MS | – 0,12% |
3. Rio de Janeiro, RJ | – 0,10% |
Preços
O preço médio do metro quadrado no país, considerando os imóveis anunciados nas 50 cidades monitoradas pelo índice, ficou em R$ 7.328 em julho pouco, acima dos R$ 7.294 registrados em junho.
Rio de Janeiro (RJ) se manteve como a cidade com o metro quadrado mais caro, seguida por São Paulo (SP) e Brasília (DF), enquanto os menores valores foram registrados em Betim (MG), São José do Pinhais (PR) e Pelotas (RS) – sem alterações na comparação com o mês anterior.
Considerando as capitais, Campo Grande possui o menor valor (R$ 4.251/m²), seguida por Goiânia (R$ 4.320/m²) e João Pessoa (R$ 4.334/m²).
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Confira as cinco cidades com os maiores preços de venda residencial em junho:
Cidade | Preço médio de venda residencial em junho |
Maiores valores/m² | — |
1. Rio de Janeiro, RJ | R$ 9.313/m² |
2. São Paulo, SP | R$ 9.167/m² |
3. Brasília, DF | R$ 7.635/m² |
4. Balneário Camboriú, SC | R$ 7.368/m² |
Média ponderada das 50 cidades | R$ 7.328/m² |
5. Florianópolis, SC | R$ 7.255 m² |
Menores valores/m² | —- |
1. Betim, MG | R$ 3.079/m² |
2. São José do Pinhais, PR | R$ 3.438/m² |
3. Pelotas, RS | R$ 3.592/m² |