Por que o preço da carne subiu? E quando vai baixar? CEO da Marfrig explica

Miguel Gularte participou, junto com o CFO e o DRI do grupo, de live do InfoMoney; eles falaram de China, exportações e investimentos

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Por que a carne está tão cara? É uma pergunta que muitos brasileiros têm feito, especialmente diante da queda recente do arroba do boi, que hoje está na casa dos R$ 260, frente aos mais de R$ 320 vistos em junho. A resposta é que outros fatores, especialmente externos, têm contribuído para isso.

Em live do InfoMoney na terça-feira (9), Miguel Gularte, CEO da Marfrig (MRFG3), explicou que o dólar alto, os fretes mais caros para exportação e a retomada da demanda no segmento food service (restaurantes), por exemplo, contribuem para sustentar os preços mais altos das carnes neste momento no país.

“A venda de carnes com marcas hoje é mais de 25% de tudo o que nós produzimos, com crescimento de mais de 50% em relação ao ano passado. É uma coisa que também faz com que o preço médio [das carnes no país] não caia tanto como seria de se esperar numa venda de commodities. É uma realidade que veio para ficar. [Essa demanda mais forte] a gente entende que deve se manter”, disse.

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A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do terceiro trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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O executivo ressaltou que a pandemia recentemente derrubou o consumo per capita de carne no Brasil para algo em torno de 25kg a 27 kg por ano, sendo que quatro anos atrás chegou a ser quase 40kg.

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Ele falou ainda sobre a questão da China, que em 2020 começou a importar muito mais carne de vários países no mundo, e que neste ano as exportações brasileiras de carne para o gigante asiático foram suspensas. Como a Marfrig tem operações em outros países, ela pôde continuar vendendo aos chineses nos mercados internacionais.

Eduardo Puzziello, diretor de relações com investidores da Marfrig, que também participou da live, comentou sobre o forte crescimento das operações do grupo na América do Norte, através da National Beef.

“A gente teve um terceiro trimestre recorde na América do Norte. Há uma demanda muito forte por carne bovina nos EUA. Mais de 90% da nossa produção lá é vendida no próprio país. Teve a mudança de hábito dos americanos, que ficaram mais em casa e passaram a usar menos produtos processados e mais in natura, além do estímulo financeiro que o governo deu para a população, que naturalmente se transforma em consumo de carne vermelha”, disse.

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Tang David, CFO da Marfrig, afirmou que a companhia segue com a política de remuneração de 25% do lucro em forma de proventos aos acionistas, o mínimo exigido para as empresas abertas, mas que eventualmente pode fazer pagamentos extras diante dos resultados recordes.

Ele citou que o objetivo da Marfrig é manter baixa alavancagem e investir em crescimento orgânico, inclusive a empresa deve inaugurar em breve uma nova fábrica de hambúrgueres no Brasil, que promete ser uma das mais modernas do mundo. A companhia é a maior produtora de hambúrgueres do planeta, produzindo atualmente mais de 240 mil toneladas do produto por ano.

“Esses resultados do terceiro trimestre mostram a solidez da Marfrig, o que reflete na valorização das ações do grupo na B3. Neste ano, a alta é de mais de 100%”, afirmou o CFO da empresa.

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Os executivos falaram ainda sobre o que chamaram de “apagão do frete de contêineres”, que aconteceu em agosto deste ano e que ainda tem reflexo para a companhia (ela está pagando mais caro para transportar seus produtos para o exterior por via marítima), sobre e-commerce, sobre novas parcerias e sobre investimentos. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.