Pix por aproximação começa na 6ª feira, mas não é para todos. Entenda

Funcionalidade permitirá fazer o pagamento instantâneo sem abrir o aplicativo do banco

Anna França

Pix do BC (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Pix do BC (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

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Começa a funcionar nessa sexta-feira de Carnaval, dia 28 de fevereiro, a mais nova aplicação do Pix: o pagamento por aproximação. Assim como ocorreu com os cartões de crédito e débito, será possível pagar as compras apenas encostando o celular na máquina de cartão.

Para isso, os consumidores poderão incluir o Pix nas carteiras digitais, eliminando a necessidade de acessar o aplicativo bancário para fazer a transação. Porém, a funcionalidade só estará disponível para usuários de aparelhos com Android e que tenham conta em instituições bancárias incluída no Open Finance.

O valor máximo das operações será de R$ 500, podendo ser menor, se o cliente determinar, inclusive com valores máximo por dia.

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Sucesso absoluto, o Pix completou quatro anos em 2024, com recordes em cima de recordes, movimentando R$ 26,45 trilhões em transferências, segundo dados do Banco Central. O montante representou um crescimento de 54% ante o valor do ano anterior.

E a evolução continua, apesar de problemas como as fake news que circularam em janeiro sobre uma possível taxação da modalidade.

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O serviço é adotado por 76,4% da população, seguido pelo cartão de débito (69,1%) e dinheiro em espécie (68,9%), segundo a pesquisa “O Brasileiro e sua relação com o dinheiro”, publicada pelo Banco Central. A expectativa agora é que esse novo recurso simplifique ainda mais as transações.

Como funciona o Pix por aproximação?

No Pix por aproximação, é utilizada a tecnologia  NFC (Near Field Communication), a mesma presente em cartões de crédito e débito. Assim, os pagamentos via Pix podem ser feitos sem precisar digitar chaves ou escanear QR Codes. Basta aproximar o celular ou outro dispositivo compatível de uma máquina habilitada para que a transação seja processada instantaneamente.

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Para utilizar a nova funcionalidade, no entanto, é necessário que o aparelho tenha suporte à tecnologia NFC e que o usuário habilite o pagamento por aproximação no aplicativo do banco e na carteira digital. Isso significa que celulares com mais de 5 anos não funcionarão para o Pix por aproximação.

A nova tecnologia também deve deixar de fora quem ainda não tiver chaves Pix cadastradas, segundo o BC. Além disso, a ferramenta só está disponível para quem tem um celular rodando em sistema operacional Android 6 e utilizando a carteira digital do Google, a Google Pay.

Quem tem a carteira digital da Samsung e da Apple terá de esperar um pouco mais. Isso porque as duas empresas ainda negociam a entrada no sistema do Banco Central para se tornarem iniciadoras de pagamento. Com isso, usuários de iPhones, por enquanto, ficam de fora do Pix por aproximação.

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Dilema e limitação

Segundo a consultoria Capco, especializada em gestão e tecnologia para o setor financeiro, há um grande dilema para as grandes empresas incluirem o Pix por aproximação nas carteiras digitais. Isso porque elas precisam se cadastrar como iniciadoras de pagamentos, o que as obrigaria a se adequarem ao padrão do Open Finance.

O Google se antecipou e fez o acordo, porque já mantinha um sistema parecido em funcionamento na Índia. Porém, tudo indica que a Apple acabe liberando o uso do NFC para outros aplicativos, como vem sendo negociado sob pressão em países europeus.

Recentemente, a empresa anunciou que na versão de seu sistema operacional iOS 18.1 seria permitido o acesso ao chip NFC por outros aplicativos, que não o Apple Pay, que alimenta os recursos de pagamento por aproximação.

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No final do ano passado, esperava-se que até a entrada em funcionamento do novo modelo de pagamento o problema estivesse resolvido, mas isso ainda não aconteceu.

Entretanto, como mais de 90% dos celulares brasileiros usam a plataforma Android, isso não deve fazer muita diferença.

Na outra ponta, as maquininhas dos estabelecimentos também já estão habilitadas para o pagamento por NFC já há algum tempo.

Anna França

Jornalista especializada em economia e finanças. Foi editora de Negócios e Legislação no DCI, subeditora de indústria na Gazeta Mercantil e repórter de finanças e agronegócios na revista Dinheiro