Publicidade
O Pix Internacional está nas prioridades do Banco Central, afirmou Renato dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro, em live realizada nesta segunda-feira (4) pela autoridade monetária.
“Existem várias iniciativas na região [América do Sul], além do FedNow [dos EUA], Nexus [Europa e Ásia], e outras na Europa. Estamos acompanhando ao mesmo tempo todo esse desenvolvimento para entender onde faz sentido devotar os recursos escassos. O Pix internacional é uma grande prioridade do Banco Central. Queremos fazer de forma eficiente”, explicou o executivo.
A iniciativa de transacionar dinheiro entre países via Pix vem sendo discutida há algum tempo e algumas perguntas ainda carecem de resposta:
- como vai funcionar?
- pessoas físicas poderão usar o sistema?
- e quão rápido será?
O InfoMoney já abordou algumas das iniciativas mencionadas por Gomes. O projeto Nexus, por exemplo, está sob o guarda-chuva do Bank for International Settlements (BIS), instituição conhecida como o “Banco Central dos bancos centrais” e vem sendo testado por Cingapura, Malásia e Zona do Euro, representada pelo Banco da Itália.
Já o FedNow, a versão americana do sistema de pagamento brasileiro (SBP), também conta com o mecanismo de pagamento instantâneo, muito similar ao Pix. O FedNow começou as operações em julho.
O modelo dos EUA já foi contruído seguindo regras de segurança internacionais, o que facilitaria a integralção com o Pix, que também segue os mesmos moldes.
Continua depois da publicidade
Popularização e inclusão
Gomes afirmou durante a live que a segurança e a gratuidade no uso do Pix foram fundamentais para popularizar a plataforma de pagamentos em tempo real. No último trimestre do ano passado, o instrumento já representava 1/3 de todos os pagamentos eletrônicos do país.
Ele também destacou a inclusão financeira proporcionada pelo instrumento. Segundo o executivo, 71,5 milhões de pessoas que nunca tinham realizado transferências eletrônicas de recursos passaram a usar o Pix. “O sistema financeiro se abriu para as pessoas que não têm cartão de crédito”, acrescentou.
O BC publicou nesta segunda-feira (4) o “Relatório de Gestão do Pix – Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022”, com as principais estatísticas do instrumento até o ano passado. O documento mostra, por exemplo, que a maior transação já realizada pelo Pix teve o valor de R$ 1,2 bilhão, em dezembro de 2022.
Continua depois da publicidade
O valor médio das operações naquele mês, porém, foi de R$ 257. Considerando ainda esses números com mais de nove meses de defasagem, o BC afirma que o valor médio das operações de pessoas físicas desde o lançamento do Pix é de R$ 200.
Para o diretor, apesar do sucesso na adoção do Pix pelas pessoas físicas, ainda há espaço para crescimento nas transações com empresas e entes governamentais.
“Hoje, 70% das empresas que têm relacionamento bancário já utilizam o Pix. Em dezembro ano passado, os pagamentos de pessoas físicas para empresas já representavam 24% das operações e têm crescido desde então. É importante que os consumidores peçam descontos quando pagarem com o Pix”, relatou. “Novos produtos, como o Pix Automático, vão ampliar ainda mais a versatilidade desse meio de pagamento“, projetou.
Continua depois da publicidade
*Com Estadão Conteúdo.