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SÃO PAULO – Uma história envolvendo o Pix, o meio de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, ganhou as redes sociais nos últimos dias.
Um homem e uma mulher terminaram o namoro. Ela não aceitou o fim do relacionamento, mas foi bloqueada pelo ex-namorado em todas as redes sociais. Então, apelou para o Pix. Passou a enviar transferências de R$ 0,01, com mensagens anexadas tentando reatar o namoro. Então, o Pix virou também um mensageiro.
O Pix permite fazer transferências e pagamentos em até dez segundos, sendo que essas transações podem acontecer 24 horas por dia, em todos os dias do ano, inclusive nos finais de semana e feriados. Ele também permite fazer transferências digitando apenas o celular ou CPF da pessoa que vai receber o valor, eliminando a necessidade de digitar todos os dados da conta.
O InfoMoney testou o envio de mensagens por meio do Pix. Basta entrar na seção Pix do seu aplicativo bancário, escolher um destinatário e digitar o valor a transferir. Na tela de confirmação da transferência, aparece um campo opcional para preenchimento de mensagem.
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Usuários questionaram se essa poderia ser uma nova forma de comunicação – inclusive para companhias fazerem disparos em massa, ou spam. Em comunicado, o Banco Central informou que não considera acabar com a possibilidade de mensagens anexadas e ressalta o limite de 140 caracteres, implantado desde o lançamento do Pix.
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Também de acordo com o BC, não há como fazer o bloqueio de pagadores específicos, como a ex-namorada da história. O pagamento em si também não é bloqueável.
Uma transação ou conta só é barrada pela instituição financeira ou de pagamento participante do Pix em caso de suspeita de fraude. Esse mesmo procedimento é adotado também para DOCs e TEDs – mas são meios que não permitiriam mensagens tão instantâneas e, geralmente, têm custos de transação associados.
O BC afirma que pessoas incomodadas podem entrar em contato com a instituição na qual cadastraram o Pix e configurar o aplicativo para não receber mais as notificações de pagamento.
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Matheus Siqueira, autor da postagem que viralizou e primo do ex-namorado que recebeu os disparos, afirmou ao jornal Folha de São Paulo que o primo adotou uma solução mais drástica e rápida: apagou o celular como chave Pix. As chaves nada mais são que uma forma de identificar o usuário dentro do ecossistema de pagamentos instantâneos. Elas funcionam como o endereço da sua conta no novo sistema, ou um “apelido” da conta, como definiu o BC. Ao informar a chave, o sistema sabe para qual conta deve enviar o dinheiro. Não é preciso informar banco, agência, número da conta, CPF e outros dados – como acontece com uma TED, por exemplo.
Mas pode ser que a tática de mudar a chave não funcione 100%, já que é possível fazer um Pix para outra pessoa que não tenha se cadastrado no sistema. Por exemplo, se a ex-namorada tiver os dados da conta bancária do ex, ela pode fazer um Pix para ele ainda assim, mesmo sem digitar a chave Pix.
Adoção do Pix
Segundo o Banco Central, foram registradas 120,2 milhões de transações por meio do Pix nos últimos 30 dias. O valor total movimentado foi de R$ 101,3 milhões, com média diária de R$ 3.376.420. O valor médio por Pix foi de R$ 737,89, também nos últimos 30 dias.