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A carência de boas estradas, cujo reflexo é a perda estimada de 15% da safra de grãos por ano, a ausência de uma ampla rede de água e esgoto, que eleva gastos com saúde pública, e a necessidade de acelerar a transição da matriz energética e os aportes destinados às telecomunicações, agora com a chegada do 5G, são alguns dos motivos que tornam a área de infraestrutura atrativa como investimento.
É este diagnóstico, que guarda uma independência dos ciclos políticos e econômicos, que norteia o elevado apetite do Pátria Investimentos pela área de Infraestrutura. A gestora, com 30 anos de experiência e líder na América Latina em produtos Alternativos, investiu mais de R$ 5 bilhões em infraestrutura em 2022 através de suas companhias investidas, e deve continuar procurando novos investimentos através dos fundos de infraestrutura do Pátria.
Independentemente de ciclos políticos e econômicos – dada a elevada carência da infraestrutura no país -, explica Marcelo Souza, sócio e head do setor de Energia do Pátria Investimentos, há muitas oportunidades de investimento. Criada em 2006, a área de Infraestrutura do Pátria tem mais de R$ 30 bilhões em ativos sob gestão e um histórico de 25 investimentos realizados em energia, logística e transporte, infraestrutura de dados e serviços ambientais.
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A gestora atualmente possui diferentes estratégias de investimento em infraestrutura, buscando atender à demanda de diversos tipos de investidores. Os fundos de renda, ou fundos core, são aqueles que investem em companhias operacionais, com foco em distribuição de dividendos e, portanto, com menor risco. Já os fundos de desenvolvimento são aqueles que buscam criar novas empresas para construir projetos, que levam alguns anos para se tornarem operacionais e gerar dividendos, mas por outro lado tem potencial de maior retorno.
“A estratégia de fundos focados na geração de renda, que adquire ativos já performados, é mais recente e começou em 2021, e esperamos continuar crescendo nesse segmento. Também seguimos buscando oportunidades de investir recursos dos fundos tradicionais, que fazem o projeto do zero, desenvolvem na planta, executam e colocam em operação”, explica Marcelo Souza.
No ano passado, a gestora fechou a captação do fundo Energia Core Renda (PIER) com um total de R$ 191 milhões levantados junto a investidores, superando em quase R$ 20 milhões a perspectiva inicial.
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O fundo já adquiriu nove pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em operação e, portanto, com geração de dividendos para os cotistas. Com a aquisição dos ativos, a área de Infraestrutura do Pátria amplia o portfólio de ativos ligados à geração de energias renováveis por meio da Essentia Energia, plataforma que, além das PCHs, também possui parques eólicos e solares no Brasil.
Além do PIER, o Patria é gestor de mais um fundo com perfil de renda. O PICE, com ativos eólicos, levantou no seu lançamento há dois anos R$ 750 milhões. Diferente do PIER, o PICE é um fundo listado, ou seja, negociado na B3 com o código PICE11.
Os investimentos do Pátria em infraestrutura também são importantes na outra estratégia da gestora, de desenvolvimento de novos ativos. Em 2020, o Patria concluiu a captação de R$ 10 bilhões para um fundo voltado para investimentos em novos projetos de transporte, saneamento básico, telecomunicações e energia elétrica. O fundo é o quarto do gênero já levantado pela gestora.
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“Para o investidor do Pátria, é importante termos as duas estratégias na prateleira. A de ativos prontos, performados, que não têm o risco da construção e geram retorno imediato, e os de ativos que estão em fase de desenvolvimento antes da construção, os chamados greenfield, que têm maior risco, mas também retorno superior”, explica Souza.
Hoje, a área de Infraestrutura do Pátria, nas duas estratégias, tem investimentos distribuídos em 1/3 para cada um dos macros setores – energia, logística e infraestrutura de dados. “Serviços ambientais é mais recente, pelo novo marco regulatório do setor de saneamento, e estamos avaliando várias oportunidades de investimento nesse setor.”
Para 2023, destaca Souza, o setor de energia é uma das prioridades. “Em infraestrutura, tanto na estratégia de geração de renda como na de ativos greenfield, o setor de energia tem muitas oportunidades em renováveis, como eólica e solar, e no segmento de transmissão de energia, com alta previsibilidade de receita”, comenta o gestor, acrescentando que neste ano logística e transporte também seguem no radar.
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Em energia, alguns dos investimentos importantes do Pátria incluem o Parque Eólico São Vitor e a Usina Solar Sol do Sertão, ambos na Bahia.
O otimismo do Pátria para 2023 também se justifica pela maior abrangência das ofertas dos fundos, com valores menores de entrada que atraem número maior de investidores. Na captação do PIER, o valor mínimo era de R$ 25 mil, baixo para produtos com esta característica.
“Não temos previsão de uma nova captação e do valor mínimo exigido, mas há um movimento importante para que novos investidores tenham acesso a produtos alternativos, como nossos FIP-IE, que são fundos com isenção fiscal para investidores pessoa física, o que é muito saudável”, comenta Souza, destacando outro movimento recente.
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“No passado, 90% do capital que levantávamos no Pátria era de estrangeiros que conhecem melhor os ativos Alternativos. Isto vem mudando com mais investidores institucionais e pessoas físicas locais entendendo a importância da diversificação e de produtos como o que distribuímos, de elevada rentabilidade e voltados para o médio e longo prazo.”
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