Open Finance ainda é desconhecido pelos brasileiros, sinaliza pesquisa

Prestes a completar dois anos, sistema pode incluir 4,6 milhões de pessoas no mercado de crédito, segundo projeção da Serasa Experian

Giovanna Sutto

(Getty Images)
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Prestes a completar dois anos no Brasil, o Open Finance ainda é desconhecido pelos brasileiros. Esta é a principal conclusão de uma pesquisa realizada pela Provu, fintech de meios de pagamento e crédito pessoal.

Entre os 2,6 mil entrevistados, 32% disseram já ter ouvido falar sobre Open Finance, mas não sabem o que é; outros 28,1% não sabem ou nunca ouviram falar sobre o tema.

O desconhecimento é ainda maior quando o assunto é Open Banking: 84,5% afirmaram desconhecer do que se trata. O dado chama a atenção, considerando que Open Finance é a mesma coisa que Open Banking.

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Os entrevistados são clientes da Provu e responderam à pesquisa em outubro.

Leia também: Open Banking: o que é e como funciona?

Adesão é alta

Uma projeção da Serasa Experian mostra que o Open Finance pode incluir 4,6 milhões de pessoas no mercado de crédito, com a injeção de R$ 94 bilhões de crédito para pessoas físicas em 5 anos.

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Segundo o Banco Central, o sistema já conta com mais de 4 milhões de usuários e 250 milhões de chamadas de API por semana, representando o maior volume do mundo.

No estudo da Provu, do grupo de pessoas que conheciam o Open Finance, 83,8% entendem que o ecossistema é benéfico e 16,2% disseram que não acreditam que ele possa ajudá-los em algo.

“Esse novo sistema está inovando e otimizando os custos operacionais destas instituições financeiras, pois ao terem estes dados de forma mais acessível, conseguem diminuir os custos de tarifas, possibilitando várias vantagens para os clientes e para as empresas do setor”, afirma Marcelo Ramalho, CEO da Provu.

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Desse grupo otimista sobre os benefícios, 48,5% entendem que o ecossistema tem produtos financeiros que são mais adequados para as suas necessidades, 29,3% veem vantagem nas menores taxas na contratação de serviços financeiros, e 22,2% acreditam que através desse sistema conseguirão ter mais autonomia dos seus dados financeiros e com quem compartilham.

Já entre os que não acham benéfico aderir ao sistema, 38,8% não se sentem seguros com o serviço, outros 33,9% não veem vantagens no momento, 13,8% revelam não confiar em instituições financeiras e 12,5% dizem que ainda há poucas informações disponíveis.

E a segurança?

O BC parece chancelar a confiança do consumidor para aderir ao Open Finance: o estudo perguntou se saber que o sistema tem a supervisão do Banco Central trazia mais segurança para usá-lo; e 89,2% dos respondentes afirmaram que sim, contra 10,8% que disseram não.

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Quando perguntados se ter acesso ao crédito com melhores preços, taxas e limites era um motivador para aderir ao Open Finance, 94% disseram que sim, enquanto apenas 6% falaram que não.

E o que é Open Finance?

O Open Finance é o ecossistema aberto de compartilhamento de dados entre clientes e instituições financeiras.

A premissa principal é centralizar o cliente durante a tomada de decisão: é ele quem compartilha o dado que quiser, escolhe a instituição e o tempo em que terá suas informações disponibilizadas — o período máximo é de 12 meses.

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O Banco Central é o órgão fiscalizador do ecossistema Open e conta com grupos de trabalho incluindo representantes de empresas de todo o mercado na governança e no desenvolvimento do projeto.

A implementação do Open Finance no Brasil começou em fevereiro de 2021 e, de lá para cá, foram iniciadas quatro fases do cronograma.

A primeira etapa, considerada mais burocrática, consistiu no compartilhamento de dados já públicos das instituições participantes entre si. A segunda fase teve início em 13 de agosto de 2021 e trouxe a possibilidade de compartilhar dados cadastrais, como nome, CPF/CNPJ, endereço, informações de crédito e cartões.

Na fase 3, iniciada em 29 de outubro de 2021, os consumidores passaram a fazer transações, como pagamentos e transferências, utilizando o Pix.

A etapa quatro foi lançada em 15 de dezembro de 2021 e marcou a mudança de nome de Open Banking para Open Finance. Isso porque, a partir do desenvolvimento desta fase, o compartilhamento de dados passa a abarcar também operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência privada.

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Giovanna Sutto

Jornalista com mais de 6 anos de experiência na cobertura de finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.