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O Drex, nome oficial do Real Digital do Brasil, virou alvo de notícias falsas nas últimas semanas. Já foi dito que a nova tecnologia vai substituir o papel-moeda, invadir a privacidade das pessoas e até que é a moeda oficial da Nova Ordem Mundial, aquela teoria da conspiração criada após o fim da Guerra Fria.
Para sanar dúvidas da população e esclarecer o que é fato ou fake sobre a novidade, anunciada no início deste mês, o Banco Central realizou uma live na segunda-feira (21) com Fábio Araújo, coordenador do Real Digital, e Aristides Cavalcante, chefe-adjunto do departamento de tecnologia e informação do BC.
A reportagem do InfoMoney compilou as 10 principais perguntas feitas pelos participantes do encontro virtual.
1 – O Drex vai substituir o dinheiro de papel e as moedas?
Não. A ideia do Drex, segundo Araujo, é ser mais uma alternativa para pagamento, junto com papel-moeda, moedinhas, cartões e Pix. “Então se você tem as operações que são mais convenientes para você fazer em papel-moeda, ou se gosta de guardar dinheiro embaixo do colchão (coisa que eu não recomendo), tudo bem”, disse ele.
2 – Drex é a moeda da Nova Ordem Mundial?
Não. O Drex, conforme os integrantes do BC, é a moeda oficial do Brasil, criada para atender a população brasileira com uma tecnologia mais adequada, e não é a moeda oficial do planeta ou da Nova Ordem Mundial, como foi compartilhado na internet.
3 – Governo pode ver tudo o que faço e ‘congelar’ minha conta do Drex?
Não. O Drex tem os mesmos requisitos de privacidade de sigilo bancário de qualquer meio de pagamento digital. Além disso, as transações do Drex seguem o mesmo padrão daquelas que já são feitas no sistema financeiro convencional. Portanto, não são centralizadas no governo, mas em sistemas distribuídos (bancos, fintechs etc), que têm as informações do usuário.
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No entanto, disse Cavalcante, a Justiça “pode demandar aos bancos e às instituições financeiras o bloqueio de bens e de contas, conforme manda a Constituição, e esse preceito regulatório continuará no Drex”.
4 – Drex pode ter cotação diferente do Real?
Não. O Drex é o Real só que em outra plataforma. Portanto, se o Drex for transferido da conta bancária, ou for sacado no caixa bancário, 1 Drex sempre será equivalente a R$ 1. O Drex é diferente de uma criptomoeda, cujo valor oscila conforme as variações de demanda e oferta.
5 – O Drex altera a quantidade de moedas em circulação no Brasil?
Não. O Drex, segundo Araújo, é o Real, e é emitido de acordo com a política monetária do país. “Portanto, (a sua existência) não afeta a quantidade de moeda em circulação no país nem a inflação”.
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6 – O Drex vai ser negociado na Bolsa de Valores?
Não, é o oposto, segundo Araújo. São ações, títulos federais e outros ativos que poderão ser negociados dentro do Drex. Lembrando que o Real Digital pode ser acessado por meio das contas digitais nos bancos, plataformas de pagamentos e outras instituições financeiras.
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7 – O Drex vai acabar com o dinheiro ilícito?
Assim como a blockchain – que permite o rastreio da movimentação de criptoativos, inclusive os ativos de hacks -, o Drex também vai facilitar o acompanhamento do dinheiro usado em atividades ilícitas, desde que continue em formato digital.
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8 – Se hackers conseguirem roubar o Drex, essa transação fraudulenta pode ser revertida pela Justiça?
Sim. De acordo com Cavalcante, se esse dinheiro ainda estiver no formato digital (não tiver sido sacado e transformado em papel-moeda), e mediante alguma ordem judicial, os bancos poderão reverter as transações.
“Uma vez que a transação foi considerada fraudulenta ou que houve um hack ou um roubo, as transações poderão ser revertidas, mesmo que o dinheiro passe por 10 ou 15 contas diferentes”, falou Cavalcanti.
9 – Drex é transacionado na blockchain Stellar?
Não. Na verdade, a plataforma do Drex é a Hyperledger Besu, uma DLT (sigla para Distributed Ledger Technology) – espécie de livro-contábil digital – que registra as transações feitas pelos usuários.
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10 – Drex pode ser usado para cadastro e transmissão de bens imóveis via blockchain?
Não faz parte do escopo do projeto, visto que imóveis não são ativos financeiros, segundo os especialistas.