Nada de renda fixa: brasileiro busca conteúdo sobre ações e criptos nas redes sociais

YouTube é a rede social com maior engajamento e interações, segundo relatório FInfluence, da Anbima

Monique Lima

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Quase a totalidade (91%) do conteúdo publicado por influenciadores de finanças no primeiro semestre de 2024 foi sobre renda variável, com destaque para ações e criptomoedas. O engajamento nos posts que falam desses produtos financeiros aumentou 42% em relação ao segundo semestre de 2023, chegando a uma média de 3,6 mil interações por publicação

O dado é da 7ª edição do relatório FInfluence, da Anbima, que aponta para uma mudança no comportamento da audiência nas redes sociais. 

“Mesmo com a Selic ainda na casa dos dois dígitos e em ciclo de alta neste segundo semestre, as pessoas estariam mais informadas sobre a renda variável e interessadas neste tipo de produto”, diz o relatório, divulgado na quarta-feira (13). 

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As ações renderam 73.939 menções entre janeiro e junho de 2024, pouco mais que o dobro das citações do segundo colocado, as criptomoedas, com 35.098 posts. O terceiro lugar ficou com câmbio, chegando a 19.000 citações. 

Volatilidade, risco e potencial de ganhos associados aos ativos de renda variável estariam entre os motivos que fazem com que os posts atraiam mais atenção da audiência e se convertam em bons números para os “finfluencers”, segundo a Anbima. 

O volume de menções à renda fixa não chegou nem ao terceiro colocado (18.266), mas a classe de ativos representava 30% dos ativos que os brasileiros estavam familiarizados em 2023, segundo um outro relatório da Anbima, o Raio X do Investidor. 

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O top 5 de “conhecimento espontâneo sobre investimentos” é composto por 22% que conhecem a poupança, 10% os títulos privados e 7% os títulos públicos. Já a renda variável é familiar para 11% que conhecem ações e 10% os fundos de investimento. 

Amanda Brum, gerente-executiva de comunicação, marketing e relacionamento da Anbima, não vê divergência entre os dados, mas alinhamento. “Os dados do Raio X de 2023 e do FInfluence atual guardam alguma similaridade, quando olhamos principalmente para ações e fundos no top 5. O que acontece é que o Raio X é uma pesquisa anual e que demora mais para refletir essa mudança no comportamento do investidor”, diz. 

Para Brum, a sinalização da pesquisa é positiva, e indica que as pessoas estão “descendo no funil”, interagindo com conteúdos mais complexos por interesse próprio

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FInfluence (1ª sem/ 2024) – produtos mais mencionados em postagens nas redes sociaisRaio X do Investidor (2023) – “conhecimento espontâneo sobre investimentos”
Ações (73,9 mil)(22%) Poupança 
Criptomoedas (35,1 mil)(11%) Ações 
Câmbio (19 mil)(10%) Títulos privados 
FIIs (13,9 mil)(10%) Fundos de investimento
Fundos de investimento (8,7 mil) (7%) Títulos públicos 
Fonte: Anbima

Fenômeno YouTube 

Outro dado do relatório FInfluence sustenta a afirmação da executiva. A rede social que tem mais engajamento é o YouTube, que bateu com folga os números do X, do Instagram e do Facebook. Cada vídeo registrou, em média, 9,02 mil interações no primeiro semestre do ano. 

De acordo com o estudo, este número é 269,3% maior do que a média de 2,44 mil de todas as publicações nas quatro redes avaliadas.

Um total de 30,6% dos 571 influenciadores mapeados para esta edição estão na plataforma, o que representa um aumento de 24,8% em relação ao relatório anterior.  O número de perfis ativos na rede também cresceu, em 14,4%. 

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A justificativa para o destaque do YouTube frente às outras redes estaria no próprio formato de conteúdo que a rede oferece, segundo Brum. Os vídeos são mais elaborados e trabalham as discussões de forma mais aprofundada do que no X ou Instagram, por exemplo. 

“Isso gera mais interação. Conseguimos verificar que as pessoas fazem pausas nos vídeos, possivelmente para fazer anotações, fazem comentários com dúvidas e interagem mais ativamente, seja por familiaridade com o conteúdo ou com o influenciador”, diz a executiva. 

Outro ponto positivo para a rede são as transmissões ao vivo, que costumam engajar o público, que comenta os assuntos discutidos e manda perguntas. Além disso, o YouTube Shorts, recurso de vídeos curtos que visa competir com o TikTok e o Reels, tem se popularizado entre os influenciadores.

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