Ministério da Saúde confirma 1º caso da subvariante XE do coronavírus no Brasil

A cepa XE é uma subvariante recombinante, pois surgiu da combinação de outras duas subvariantes da Ômicron (a BA.1 e a BA.2)

Lucas Sampaio

Coronavírus (Getty Images)
Coronavírus (Getty Images)

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O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (7), o primeiro caso da subvariante XE do novo coronavírus no Brasil.

A XE é uma subvariante recombinante, pois surgiu da combinação de outras duas sublinhagens da Ômicron (a BA.1 e a BA.2). Ela foi detectada pela primeira vez em janeiro, no Reino Unido.

O Ministério da Saúde disse em nota que recebeu a notificação do caso do Instituto Butantan e fez questão de reforçar “a importância do esquema vacinal completo para garantir a máxima proteção contra o vírus e evitar o avanço de novas variantes no país”.

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A XE é mais transmissível?

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a sublinhagem XE é aproximadamente 10% mais transmissível que a BA.2, até então a cepa do vírus com maior poder de transmissão já descoberta. Mas a organização ressalta que a informação ainda necessita de confirmação adicional e que a XE continua sendo tratada como uma subvariante da Ômicron.

“Estimativas iniciais indicam uma vantagem na taxa de crescimento da comunidade de 10% em comparação com BA.2, no entanto, essa descoberta requer confirmação adicional”, afirma a OMS. “A XE pertence à variante Ômicron até que diferenças significativas na transmissão e nas características da doença, incluindo gravidade, possam ser relatadas”.

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O Instituto Butantan diz que ainda não há evidências suficientes acerca de mudanças, vantagens e desvantagens da circulação da subvariante XE em aspectos como gravidade, transmissão e eficácia de vacinas já existentes.

O que são variantes recombinantes?

As variantes recombinantes do SARS-CoV-2 surgem quando um indivíduo é infectado com duas ou mais variantes ao mesmo tempo, ocasionando a combinação do material genético das duas cepas, segundo o Instituto Butantan.

Até o momento, três variantes recombinantes foram detectadas em circulação no mundo, sobretudo na Europa, e receberam as siglas XD, XE e XF. Até o momento, só a XE foi detectada no Brasil.

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A XF é uma recombinação das variantes Delta e Ômicron (sublinhagem BA.1) e foi identificada pela primeira vez no Reino Unido, também em janeiro, mas não preocupa as autoridades de saúde mundiais porque não é detectada em novas amostras desde 15 de fevereiro, segundo o Butantan.

Variante XD (ou ‘Deltacron’)

A variante XD também é uma recombinação das variantes Delta e Ômicron, mais conhecida como “Deltacron”. Ela tem uma estrutura derivada das sublinhagens AY.4 da Delta e BA.1 da Ômicron e foi detectada pela primeira vez na França, em janeiro.

A cepa foi classificada pela OMS como uma variante sob monitoramento (VUM, na sigla em inglês). São consideradas VUMs as cepas “com alterações genéticas suspeitas de afetar as características do vírus com alguma indicação de que pode representar um risco futuro”, o que exige “monitoramento aprimorado e avaliação repetida até novas evidências”.

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A organização diz que, até o momento, não há evidências de que a XD seja mais transmissível nem provoque casos mais graves. “Nenhuma nova evidência indica que a variante recombinante atribuída à linhagem XD (Delta-Ômicron) esteja associada a maior transmissibilidade ou desfechos mais graves”.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.