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O mercado segurador brasileiro deve crescer mais de 10% em 2023, índice superior aos 9,4% projetados no início do ano, e acima de 11% em 2024, prevê a CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), representante das empresas do setor. Até dezembro deste ano, as seguradoras devem arrecadar R$ 663 bilhões (valores pagos pelos clientes para ter o risco garantido) – mais de R$ 60 bilhões acima do arrecado em 2022.
As indenizações (valores pagos aos clientes pelas seguradoras) também devem ultrapassar a cifra de 2022 (R$432,7 bilhões), fechando 2023 com cerca de R$ 460 bilhões pagos aos clientes. Tanto em 2023 quanto em 2024, o setor deve representar 6,2% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (14) pela CNseg em coletiva à imprensa.
“O principal problema do mercado continua sendo a baixa cobertura. O gap de proteção é nosso maior desafio. É o que temos dedicado mais atenção e esforço para fazer os benefícios do setor chegarem a um grupo cada vez mais amplo da população brasileira”, disse Dyogo Oliveira, presidente da CNseg.
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Além dos números do setor, Oliveira destacou as iniciativas que impactaram o setor ao longo do ano e que devem seguir na pauta de 2024. Entre elas, a aprovação da Lei 14.652, que permite o uso de planos de previdência e títulos de capitalização como garantia em operações de crédito e a aprovação da Reforma Tributária com regime especial para setor segurador, que deverá ter regulamentação no próximo ano.
Ele comemorou também a apresentação no Senado do PLC 29/17, a “nova” Lei de Seguros, após acordo com o governo, cuja expectativa é de aprovação no primeiro semestre de 2024 e regulamentação ao longo do ano. “É um reconhecimento do governo da importância do setor”, disse.
Outra expectativa para 2024 é o avanço do projeto do seguro social contra catástrofe, apresentado no segundo semestre deste ano ao governo e também na COP 28. “É um tema cada vez mais presente na pauta em virtude de todas essas iniciativas. Foi objeto de um acordo firmado na COP para o desenvolvimento de um seguro para infraestrutura das cidades”, acrescenta o presidente da CNseg. Outro ponto de atenção será o seguro rural, “que, no fundo, é seguro climático, e é muito importante num país onde ‘agro é tudo’”.
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Outras iniciativas que o setor prevê desenvolver em 2024 são:
- “seguros inclusivos” focados em pequenos e microempreendedores;
- redução da judicialização e combate a fraudes em saúde suplementar; e
- fortalecimento da indústria de seguros.
Previdência
Também presente na coletiva à imprensa, o presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), Edson Luís Franco, destacou o potencial de mercado brasileiro e citou que o Brasil ocupa o 26º lugar no ranking países da OCDE, quando o tema é previdência, lembrando que somos a 11ª economia mundial.
“Isso mostra as oportunidades que temos nas mãos”, considera. Quando se fala em seguro de pessoas, o país ocupa o 43º lugar no ranking da OCDE.
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Durante este ano, o setor contabilizou forte crescimento em seguro de vida individual, alta de 18,7%, enquanto que o seguro de grupo subiu 5,3%. O prestamista, por sua vez, caminhou de lado refletindo as dificuldades de crédito observadas neste ano.
Saúde
Em relação à modalidade saúde, Manoel Peres, presidente da Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), destacou que uma das principais dificuldades enfrentadas pelo setor foram as fraudes, que representam perdas de até R$ 34 bilhões aos planos de saúde.
De acordo com Peres, essas fraudes foram muito facilitadas pelo alto grau de digitalização que o setor teve que se adaptar com a pandemia.
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A maioria das fraudes ocorrem em reembolsos. Peres lembrou que, em 2019, os reembolsos para todas as operadoras representaram R$ 6 bilhões. No ano passado, este montante subiu para R$ 12 bilhões.
Ao todo, 58,8 milhões de pessoas têm planos de saúde, alcançando uma das maiores quantidades de usuários do setor. “No entanto, o setor cresce, mas com resultado operacional negativo, com projeção de melhora, mas ainda negativo”, comenta Peres.
Capitalização
Denis Morais, presidente da Fenacap (Federação Nacional de Capitalização), destacou que a arrecadação anual com vendas de títulos de capitalização deve triplicar nos próximos 3 anos, saindo dos atuais R$ 30 bilhões para alcançar R$ 89 bilhões por ano no país, conforme antecipou o InfoMoney.
Os dados fazem parte do estudo “Estimativa de potencial de mercado para a capitalização”, realizado pela Fenacap . A projeção prevê, ainda, a possibilidade de as reservas técnicas chegarem a R$ 100 bilhões até 2026. Entre resgates e sorteios, a estimativa é de ultrapassar R$ 64 bilhões.
Seguros Gerais
De acordo com Antonio Trindade, presidente da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), entre os principais temas trabalhados pela entidade estão o foco em seguros para proteger a população das intempéries climáticas, como o seguro residencial, contratado por apenas 17% dos lares no país, e o seguro automóvel – que protege apenas 30% da frota brasileira.
“Os efeitos climáticos têm feito estrago no patrimônio das pessoas”, pontuou. No ramo automotivo, outro destaque foi o combate à proteção veicular. “Fizemos um trabalho intenso pra mostrar à população que proteção veicular não é seguro”, disse. Segundo ele, houve um forte trabalho com o judiciário neste sentido. Um dos resultados foi a derrubada, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de uma lei estadual mineira nº 23993/2021, que permitia a atuação das associações de socorro mútuo em Minas Gerais, como as de proteção veicular (APVs).
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