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O mercado de seguros quer ampliar seu alcance e quase dobrar a sua participação no PIB, passando dos atuais 6,5% para 10%, aumentar em 20% a população atendida e crescer o volume de indenizações de 4,6% para 6,5%. Tudo até 2030.
Para alcançar essas metas, entidades do setor, encabeçadas pela CNseg (confederação das seguradoras), lançaram nesta quinta-feira (16), em evento realizado em São Paulo, um plano de desenvolvimento do mercado de seguros (PDMS), com 65 ações previstas baseadas em quatro eixos principais:
- o desenvolvimento da imagem do seguro;
- o desenvolvimento dos canais de distribuição (tradicionais e digitais);
- lançamento de novos produtos e modernização dos atuais;
- além de uma regulação mais eficiente.
O lançamento do plano contou com a presença do secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, que indicou apoio à iniciativa. Segundo ele, o mercado de seguros é fundamental para o desenvolvimento do país, e “não é invisível” ao Ministério. “Nosso diagnóstico está alinhado com setor. Temos espaço para crescer, tanto em densidade quanto em penetração”, disse.
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Para avançar nesse crescimento, o secretário usou como exemplo a experiência do mercado de valores mobiliários, que deu um grande salto nos últimos 20 anos, impulsionado principalmente por mudanças na regulação, que diminuíram o custo regulatório e reduziram a barreira de entrada de consumidor e competidores, facilitando o acesso ao mercado. “Quando estava na CVM, tomamos resolução 476, revogada posteriormente e incorporada a outra norma. Com isso, 95% das emissões de renda fixa são feitas pelo mecanismo criado por ela, que facilitava o acesso das companhias ao mercado sem retirar a segurança do investidor. Devemos tentar isso nos próximos anos no mercado se seguros”, apontou.
Outro ponto, que segundo Barbosa já foi conversado com o superintendente interino da Susep, Carlos Queiroz, e deverá avançar com o novo gestor do órgão regulador do mercado nomeado há alguns dias, Alessandro Octaviani, é o de melhorar a arquitetura institucional regulatória, reformando e modernizando o arcabouço legislatório, que rege o setor com leis muito antigas.
Barbosa também disse que o governo está aberto para o diálogo e que já começou a discutir temas, como o uso de cooperativas de crédito, que tiveram papel relevante no mercado financeiro nos últimos anos e poderia ser um modelo replicado no mercado de seguros.
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Barbosa Pinto comentou ainda sobre o objetivo de se construir, ainda neste ano, a “nova arquitetura” do seguro DPVAT, que hoje opera com estrutura temporária na Caixa Econômica Federal, e utilizar “todo o potencial do seguro” para avançar os projetos de infraestrutura.
Para Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg, o setor que retornou à sociedade mais de R$ 200 bilhões em indenizações, benefícios, resgates e sorteios em 2022, tem sofrido com falta de reconhecimento e de percepção da sociedade, governantes e legisladores, considerando sua importância ao país e ao desenvolvimento econômico e social. “Seguro é mais importante para quem tem menos renda do que tem mais. O plano de desenvolvimento vem com o objetivo de elevar a importância do seguro. É um setor que financia 25% da dívida pública brasileira, mas carece de direcionamento e ação conjunta”, disse.
Segundo Oliveira, o plano foi estruturado com foco principal no consumidor e tem como proposta contribuir para as políticas públicas do país. Além disso, deverá ser “permanentemente revisado”, podendo ter novas propostas e agentes do mercado incorporados ao longo do tempo.
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