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O mercado de seguros do Brasil aumentou 6,9 bilhões de euros (cerca de R$ 36 bilhões) ou 19,9% em 2022, atingindo uma receita total de prêmios de 41,8 bilhões de euros (cerca de R$ 220 bilhões).
O aumento foi impulsionado pelo segmento de Ramos Elementares (+24,3%) com 21,5 bilhões de euros (cerca de R$ 113 bilhões) em receitas de prêmios (valor pago pelo cliente à seguradora).
Outros dois segmentos, no entanto, também apresentaram crescimentos robustos: os prêmios de vida aumentaram 14,8%, para 8,7 bilhões de euros (cerca de R$ 46 bilhões); e os prêmios de saúde com 15,9% a mais, chegaram a 11,6 bilhões de euros (cerca de R$ 61 bilhões).
Os dados foram levantados pela seguradora Allianz em seu mais recente “Relatório Global de Seguros”, que analisa o desenvolvimento dos mercados de seguros em todo o mundo.
O estudo prevê ainda que, no Brasil, os prêmios de seguros devem aumentar 9% ao ano. A expectativa é que a dimensão total do mercado atingirá 108 bilhões de euros (cerca de R$ 567 bilhões) em 2033.
Ramos elementares (P&C) deve continuar a ser o segmento mais importante (com 51 bilhões de euros, cerca de R$ 268 bilhões), seguido de vida (29 bilhões de euros, cerca de R$ 152 bilhões) e de saúde (28 bilhões de euros, cerca de R$ 147 bilhões).
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A estimativa está menos otimista que a previsão calculada pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), que há alguns dias ampliou em 0,2 p.p. a expectativa de arrecadação do setor no ano, passando de 10,9% para 11,1%.
Mercado global avança menos
De acordo com o relatório da Allianz, a receita global de prêmios de seguros totalizou 5,6 trilhões de euros (cerca de R$ 29,4 trilhões) em 2022.
Vida continua a ser o maior segmento (2,6 trilhões de euros, cerca de R$ 13,7 trilhões), à frente de ramos elementares (1,8 trilhão de euros, cerca de R$ 9,5 trilhões) e de saúde (1,1 trilhão de euros, cerca de R$ 5,8 trilhões).
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Em 2022, o pool de prêmios globais cresceu 259 bilhões de euros (cerca de R$ 1,36 trilhão), ou 4,9%, tendo como cenário uma taxa de inflação global de 8,6%. Os três segmentos, no entanto, tiveram desempenhos diferentes:
- Ramos elementares (P&C) cresceu 8,7%;
- Saúde expandiu 4,9%;
- Vida avançou 2,4%.
“A renda real reduzida das famílias afetou poupanças privadas”, indica o estudo.
O que esperar do futuro?
Segundo o relatório, “em termos econômicos, navegar em um ambiente inflacionário será o maior desafio nos próximos anos”. No estudo são listados cinco fatores estruturais que determinarão a inflação, os “Cinco Ds”, que segundo o estudo “podem elevar a inflação anual em até 1%”:
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- Demografia;
- “Desglobalização”;
- Descarbonização;
- Digitalização e
- Dívida.
“O setor de seguros não pode atuar diretamente na inflação, mas pode suavizar o impacto ao longo do tempo, atuando como uma espécie de amortecedor. De acordo com o Eurostat, por exemplo, a inflação em seguros Pessoais, como Automóvel e Residência, ficou atrás da inflação global por uma ampla margem no ano passado. O seguro é um amortecedor essencial, pois suaviza a curva do ciclo econômico para seus clientes”, observa Ludovic Subran, economista-chefe do Grupo Allianz.
Apesar do aumento na inflação – ou, talvez, por causa dele – os prêmios deverão aumentar 5,2% na próxima década, acrescentando 4,19 bilhões de euros (cerca de R$ 22 bilhões) ao resultado global de prêmios, estima o estudo. Em 2033, os prêmios atingirão 4,3 trilhões de euros (cerca de R$ 22,6 trilhões) no seguro de vida, 3,1 trilhões de euros (cerca de R$ 16,3 trilhões) em ramos elementares (P&C) e 2,3 trilhões de euros (cerca de R$ 12 trilhões) em saúde.
O relatório analisa que a tecnologia deve mudar a forma como as seguradoras operam. Os ecossistemas, por exemplo, desempenharão um papel decisivo no acesso do cliente, oferecendo não apenas produtos individuais, mas soluções abrangentes para mobilidade, moradia, viagens, renda ou saúde. A inteligência artificial abre possibilidades na análise de dados, revolucionando toda a cadeia de valor, desde a subscrição até o tratamento de sinistros (quando ocorre o risco previsto no contrato de seguro).
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“A proposta de valor das seguradoras evoluirá de pura compensação financeira para gestão de riscos e ofertas holísticas de serviços, que previnam e mitiguem riscos. Isso segue uma lógica inescapável: para fechar as enormes lacunas de proteção – em catástrofes naturais, cyber, saúde ou previdência – mobilizar mais prêmios [custo do seguro] pode não ser suficiente. Evitar riscos, em primeiro lugar, torna-se cada vez mais importante”, diz Michaela Grimm, coautora do relatório.