Luiza Trajano é única brasileira em lista das mulheres mais influentes de 2021 do Financial Times

Para publicação britânica, trabalho da empresária deveria ser conhecido fora do país porque inspira empreendedores de todos os lugares

Dhiego Maia

Luiza Trajano, do Magazine Luiza (Flavio Santana/Biofoto)
Luiza Trajano, do Magazine Luiza (Flavio Santana/Biofoto)

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A empresária Luiza Helena Trajano, dona do Magazine Luiza (MGLU3), entrou na lista das 25 mulheres mais influentes de 2021, do jornal britânico Financial Times, divulgada nesta quinta-feira (2). Ela é a única brasileira selecionada.

No perfil escrito por Gillian Tett, membro do conselho editorial do “Financial Times”, Trajano é apontada como uma das executivas e líderes sociais de maior prestígio do Brasil.

O trabalho da empresária, segundo a publicação, deveria ser conhecido fora do país porque serve de “inspiração para empreendedores de todos os lugares”.

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O Financial Times também destacou os esforços de Trajano em questões sociais envolvendo igualdade de gênero e raça e disse que o envolvimento da empresária nessas áreas é notável, sobretudo, em um país como o Brasil, com marcas profundas de desigualdade e com uma elite que parece viver “em uma bolha”.

A publicação também jogou luz à trajetória de sucesso da empresária. Aos 17 anos começou a trabalhar numa loja de calçados da família, em Franca (SP), e, anos depois, transformou o pequeno negócio em uma das varejistas mais importantes da América Latina.

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Trajano figura ao lado de personalidades como Ngozi Okonjo-Iweala, presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, e Mary Barra, presidente da General Motors.

Também são citadas, na lista do Financial Times, a tenista japonesa Naomi Osaka, Elisa Loncón Antileo, presidente da Assembleia Constituinte do Chile, Sviatlana Tsikhanouskaya, ativista de Belarus, e Chloé Zhao, cineasta chinesa vencedora do Oscar.

Lista da ‘Time’

Em setembro, Trajano foi listada entre as 100 pessoas mais influentes do mundo em 2021, da revista americana Time. Ela também foi a única brasileira a figurar entre as personalidades de destaque da publicação —o presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou de fora.

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O perfil da empresária foi escrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Os nomes de Trajano e Lula já foram ventilados como uma possibilidade de chapa para as eleições presidenciais de 2022.

Mas o próprio Lula, em entrevista concedida em abril deste ano ao jornalista Reinaldo Azevedo, disse que, pela carreira da empresária construída no setor privado, dificilmente ela aceitaria disputar as eleições. “Não acredito que ela vá se meter com a política”, afirmou.

No perfil de Trajano publicado na Time, Lula destacou que a empresária conseguiu fazer do Magazine Luiza uma gigante do varejo. E que isso aconteceu dentro de um ecossistema de negócios ainda dominado por homens. “É uma grande conquista –uma entre muitas”, escreveu Lula.

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Quem é Luiza Trajano?

A história de vida de Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, maior acionista e atual presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza, se confunde com a história da própria rede varejista — muito embora o nome da rede não venha especificamente de Luiza Helena, mas de sua tia, xará e primeira dona daquela que viria a ser uma das maiores empresas do Brasil.

Formada em Direito em 1972, Luiza começou a trabalhar na loja e passou por diversos departamentos antes de assumir a liderança na organização, em 1991. Sob sua direção, a empresa criou as primeiras lojas virtuais, com vendas pela televisão, a Liquidação Fantástica, que arrastava consumidores em busca de grandes descontos no mês de janeiro, e começou sua expansão para o Paraná e o Mato Grosso do Sul.

Em 2000, foi lançado o site de comércio eletrônico da companhia, que começou um processo de aquisição de outras redes como as Lojas Líder, Lojas Base, Kilar e Madol. Em 2008, a empresa inaugurou 46 lojas no mesmo dia em São Paulo. Dois anos depois, chegou ao Nordeste.

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A chegada à bolsa ocorreu em 2011, com o IPO da companhia. Capitalizada, ela manteve o ciclo de aquisições nos anos seguintes, com a compra do Baú da Felicidade, a startup de logística Logbee, o maior e-commerce esportivo do Brasil, Netshoes, e o marketplace de livros Estante Virtual.

Embora Luiza Helena tenha cedido a presidência da companhia para Marcelo Silva, até então diretor superintendente da empresa, seu filho, Frederico Trajano, responsável pela guinada digital da empresa, estava sendo preparado para assumir a liderança. Ele já havia implementado importantes mudanças, como a criação do LuizaLabs, um laboratório de tecnologia e inovação focado em desenvolver projetos, e foi o responsável pelo lançamento da Lu, o avatar com mais de 4 milhões de seguidores no Instagram que foi criado para dar assistência às vendas online e se transformou em uma “influenciadora digital”.

Frederico assumiu o comando da varejista em 2016. Nos primeiros 23 meses de sua gestão, multiplicou o valor de mercado da empresa por 30. Luiza segue norteando os rumos da varejista, como presidente do Conselho de Administração.

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Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.