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SÃO PAULO – Desde janeiro, os juros nas principais linhas de empréstimo voltadas às pessoas físicas voltaram a subir. Segundo dados do Banco Central divulgados na sexta-feira (28), a taxa média das operações de crédito com recursos livres – que excluem as linhas com recursos direcionados, como os financiamentos imobiliários – chegou a 41% ao ano em abril. E algumas modalidades seguem destoando, sendo o cartão de crédito a principal.
Os juros do rotativo do cartão de crédito alcançaram 335,3% ao ano, taxa mais alta desde agosto de 2017, quando chegou a 392,3% anuais. Essa é a modalidade acionada quando o consumidor não paga a fatura integralmente na data do vencimento – e é a mais cara do mercado.
Se o débito não for quitado em 30 dias, o banco ou a instituição que emitiu o cartão precisa oferecer outra linha de crédito, mais vantajosa, para financiar o saldo devedor – e então entra em cena o cartão de crédito parcelado. Nessa linha, o valor em aberto é dividido em prestações, com os juros incluídos, cobradas nas faturas seguintes do cartão.
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O cartão de crédito parcelado é a segunda linha de crédito mais cara, segundo os dados do Banco Central, com juros de 165,7% ao ano em abril. Com essa taxa – que equivale a juros mensais de 8,48% – uma dívida de R$ 5.000 mais que dobraria de valor em pouco mais de um ano e meio.
Se parcelasse o débito de R$ 5.000 em 19 vezes, o consumidor pagaria prestações mensais de R$ 538,75. Ao fim do período, teria gastado R$ 10.236,19, sendo R$ 5.000 do débito original e mais R$ 5.236,19 de juros.
A simulação foi feita com a planilha para cálculo de empréstimos do InfoMoney. A ferramenta foi elaborada por Lauro Araújo, mestre em finanças internacionais, assessor de investimentos e autor de livros como Guia de Investimentos e Saúde Financeira e Fique Rico e Viva Feliz. Para fazer suas próprias simulações, informe seu e-mail no campo abaixo, baixe a planilha de graça e siga as instruções:
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“Antigamente, quem deixava de pagar a fatura do cartão ficava indefinidamente no rotativo”, explica Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Mas novas regras do Banco Central, estabelecidas em 2017, mudaram isso: depois de 30 dias no rotativo, o banco é obrigado a oferecer alguma opção de parcelamento mais barata ao consumidor, caso ele continue não conseguindo pagar o valor integral da fatura.
Evitando problemas maiores
Embora o parcelamento do cartão de crédito tenha juros menores que os do rotativo, as taxas ainda são muito altas. Por isso, a principal recomendação para quem não conseguiu pagar integralmente uma fatura é procurar alguma outra linha mais barata.
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“Os bancos são receptivos a esse tipo de negociação, mas apenas se o cliente for proativo nessa procura. Eles não vão bater na porta das pessoas e oferecer opções”, diz Oliveira. Afinal, o parcelamento direto no cartão é mais simples – e mais rentável – para as instituições.
“Se puder fazer um empréstimo consignado, que tem taxas bem mais baixas, para liquidar a fatura atrasada, esse é o ideal”, afirma o executivo, que recomenda a quem estiver nessa situação “deixar o cartão de crédito na gaveta” para evitar novos gastos adicionais.
Planilha para cálculo de empréstimos
Na planilha de crédito do InfoMoney, ao informar o tipo de linha de crédito que pretende contratar, o leitor consegue verificar se os juros simulados estão acima, abaixo ou na média do mercado. A referência são as taxas divulgadas mensalmente pelo Banco Central.
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Os juros variam de instituição para instituição, de cliente para cliente, dependendo do relacionamento mantido pela pessoa com o banco, do seu “score” de crédito (nota que indica a probabilidade de que honre seus compromissos) e do interesse da instituição em priorizar uma linha de crédito ou outra.
Por isso, a planilha para cálculo de empréstimos traz duas funcionalidades adicionais. Uma delas simula quanto custaria o mesmo empréstimo se fossem utilizadas outras linhas de crédito, informando a prestação, a soma dos juros e o valor total da operação. A outra apresenta as instituições financeiras que oferecem as 20 menores taxas de juros mensais em cada modalidade.
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