Imóveis em São Paulo têm “preços justos”, mas custam 8 anos de salários “mais altos”

Estudo do UBS avalia o nível de bolha imobiliária e o desnível de renda em 25 metrópoles globais

Monique Lima

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A cidade de São Paulo está longe de uma bolha imobiliária e, comparada a 25 metrópoles de diferentes países do mundo, apresenta o preço mais justo para a compra de uma casa ou apartamento, considerando as condições da cidade e dos imóveis.

Entretanto, isso não significa que esse “preço justo” esteja adequado à renda da população local. Quando equiparado aos salários da população brasileira, o valor dos imóveis paulistas se mostra distante da realidade.

Essa é a avaliação da nova edição do Índice Global de Bolha Imobiliária do banco de investimentos UBS Wealth Management.

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O estudo analisou os preços de imóveis residenciais em 25 grandes cidades ao redor do mundo, como Tóquio, Paris, Londres, entre outras. A avaliação mostrou que os preços reais das propriedades em muitas dessas cidades atingiram seu ponto mais baixo nos últimos anos.

Centro de São Paulo. (Foto: Marina Lorenzini/ Unsplash)

São Paulo teve a melhor pontuação, com 0,04 pontos no risco de bolha imobiliária. O UBS afirma que os preços na cidade aumentaram ligeiramente pelo segundo ano consecutivo, quando considerados os valores ajustados pela inflação. No entanto, permanecem mais de 20% abaixo do maior pico, registrado no final de 2014.

Para efeito comparativo, a maior pontuação do ranking é de Miami, com 1,79 pontos, indicando sério risco de bolha imobiliária. O UBS afirma que os preços dos imóveis subiram quase 7% em um ano e quase 50% desde 2019, impulsionados pelo mercado de luxo em expansão.

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Mas este não é um efeito generalizado nos Estados Unidos. Nova York (0,37) e São Francisco (0,48) estão em um limiar semelhante ao de São Paulo: cidades fora do risco de bolha.

O UBS afirma que os preços dos imóveis em Nova York não corrigiram acentuadamente no último ano e se mantiveram 4% abaixo dos níveis de 2019. Já a cidade da Califórnia iniciou uma reversão da tendência de aumento dos preços verificada em 2022.

Melhor alugar do que comprar  

No que diz respeito a São Paulo, o estudo indica que “o aluguel continua financeiramente mais atraente do que a compra de imóveis devido às taxas de juros muito altas”.

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Em 12 meses, o UBS afirma que os preços de locação na capital paulista aumentaram quase 10%. “O crescimento econômico robusto está apoiando a demanda por moradias em boas localizações”, diz o estudo.

E essa tendência deve permanecer por um tempo. Com o aumento recente na taxa de juros, para 10,75%, o banco acredita que a alta dos preços reais dos imóveis deve ser limitada, mas os financiamentos também devem ser prejudicados.

Embora São Paulo esteja bem avaliada no que diz respeito ao “preço justo” dos imóveis, a cidade se posiciona mal no ranking de viabilidade de compra com base na renda local.

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Neste quesito, São Paulo está no top 10 das piores cidades entre as 25 analisadas: um imóvel de 60 metros quadrados no centro da cidade custa o equivalente a oito anos de salário de um profissional de média a alta renda.

A metrópole brasileira ocupa a nona posição do ranking e divide esse tempo médio de oito anos com cidades como Munique (Alemanha), Nova York (EUA), Zurique (Suíça) e Vancouver (Canadá).

Em 2014, quando São Paulo registrou seu pico de preços, o tempo de aquisição de um imóvel do mesmo nível, considerando a renda local, era de 11 anos.

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O maior desnível entre o preço dos imóveis e a renda da população foi verificado em Hong Kong, onde são necessários 22 anos, em média, para uma pessoa com salário alto conseguir comprar uma casa ou apartamento de 60 metros quadrados. Na sequência aparecem Tóquio, com 14 anos, e Paris, com 13 anos.

As menores médias ficaram para São Francisco (EUA), Miami (EUA), Madrid (Espanha) e Estocolmo (Suécia), todos com cinco anos, em média.

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