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A inflação do material escolar virou um peso adicional no orçamento de muitas famílias neste início de ano, especialmente daquelas que têm filhos matriculados na educação infantil.
Os preços da cesta de itens usados no ensino infantil subiram 30,1% em 2022, aponta pesquisa do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) e da plataforma V+, que coleta informações sobre as cotações desses itens em sites de lojas físicas e virtuais.
“A inflação da cesta de material escolar da educação infantil é praticamente três vezes a inflação oficial”, afirma o presidente do Ibevar e responsável pelo estudo, Cláudio Felisoni De Angelo. Em 12 meses até janeiro, a inflação geral do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou alta de 10,38%.
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Movimento de preços semelhante aos dos materiais da educação infantil foi registrado na cesta de itens do ensino fundamental, que ficou 24,3% mais cara este ano. Já a lista dos itens usados no ensino médio teve aumento mais próximo da inflação e subiu 13,5% em igual período. A pesquisa teve como base os materiais requisitados pelas escolas da cidade de São Paulo para os três níveis de ensino.
Felisoni observa, por exemplo, que a massinha de modelar, com alta de 57% no preço, o giz de cera (29,6%), o lápis de cor (20%) e a canetinha (10,4%), que entram na cesta de materiais usados no ensino infantil e fundamental, acabaram pesando mais nos gastos de volta às aulas, comparativamente às despesas com materiais do ensino médio, onde não são requisitados esses produtos.
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De uma lista de 40 itens pesquisados para compor as três cestas, 32 tiveram preços majorados neste ano em relação a 2021, cinco registraram queda nas cotações e apenas três produtos não tiveram alterações no e valor. Influenciado pela alta da cotação das commodities, como celulose, borracha e petróleo, o caderno, por exemplo, ficou quase 30% mais caro este ano, a caneta de borracha subiu 23,5% e a cola branca, 23,3%.
Pandemia
Além de pesquisar a inflação dos materiais escolares, o estudo do Ibevar detectou um movimento muito forte de abertura de pequenos negócios de papelarias, tanto no comércio online como em lojas físicas, por conta da pandemia. Desde abril de 2020, mais de 10,2 mil pequenas empresas passaram a atuar nesse mercado, aponta o estudo.
Felisoni lembra que o empurrão para o setor ocorreu por causa das aulas a distância em razão do isolamento social. Isso fez com que a demanda por materiais de papelarias aumentasse e criou a oportunidade para abertura de novos negócios, especialmente online.
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Esse movimento ficou claro no ano passado, quando, segundo o estudo, a abertura de novas lojas virtuais e físicas atingiu o pico, especialmente nas regiões mais distantes do país, Norte e Nordeste, onde a concorrência entre lojas é menor.
Para este ano, no entanto, Felisoni acredita que esse movimento de abertura de novos negócios perca fôlego em razão das pressões inflacionárias sobre os preços dos materiais escolares que podem diminuir o consumo.
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