Fim do cheque especial e pagamento da Netflix? Open Finance lança funções; conheça

Transferência inteligente e agendamento recorrente chegam para auxiliar a vida financeira do consumidor

Giovanna Sutto

(Fonte: Pixabay/Mohamed_hassan)
(Fonte: Pixabay/Mohamed_hassan)

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Dois novos recursos sob o guarda-chuva do Open Finance serão lançados na próxima segunda-feira (15): a transferência inteligente e o agendamento recorrente.

O Open Finance é um ecossistema de compartilhamento de dados autorizados por clientes entre as instituições financeiras que visa a oferta de produtos e serviços customizados.

As novidades são vistas como um marco para o Open Finance Brasil pelas ferramentas que, até então, não existiam no sistema financeiro. O início das funções está previsto em comunicados oficiais da governança do ecossistema no país, que é supervisionada pelo Banco Central.

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Com a transferência inteligente, será possível programar envios específicos de dinheiro de uma conta para outra. “O consumidor poderá programar no app do banco uma regra: sempre que a conta corrente do banco AB zerar, será feita uma transferência automática da conta CD para a AB de R$ 100 evitando que a conta fique negativa e possa ajudar o correntista a não cair no cheque especial”, explica Lígia Novazzi, COO e sócia da Teros. Outra possibilidade é criar uma regra para reservar 30% do salário recebido em uma conta Y e transferir mensalmente direto para a conta X de uma corretora.

Já com o agendamento recorrente será possível deixar agendado até 60 pagamentos de parcelas fixas em um período de 24 meses. “O agendamento recorrente poderá ser usado para pagar produtos em varejistas, para fazer pagamentos frequentes para pessoas físicas, ou mesmo pagamento de streamings“, acrescenta Marcelo Martins, CEO do Iniciador e diretor da ABFintechs.

Ambas as soluções fazem parte do escopo da Fase 3 do Open Finance, que é a de pagamentos – e inclui soluções Pix e os iniciadores de pagamentos.

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Muitas vezes criticado por trazer poucas soluções práticas ao consumidor pessoa física, os especialistas ouvidos pelo InfoMoney acreditam que as novas soluções podem elevar o patamar de uso do ecossistema Open. “O Open Finance vai adentrando, cada vez mais, os processos do dia a dia do cliente. Ele nasceu com muitas promessas e aumentou muito as expectativas. Ao longo do tempo isso foi sendo balizado”, contextualiza Novazzi.

E o Pix Automático?

Em um primeiro momento, é natural confundir o agendamento recorrente com o Pix Automático – modelo que promete substituir o débito automático. Eles são parecidos, mas os especialistas explicam as diferenças. A primeira tem relação ao tipo de parcela.

“O agendamento recorrente foi pensado para parcelas fixas, para uma compra de uma geladeira, um axílio financeiro para algúem da família, pagamento da Netflix ou mesmo um empréstimo pessoal. O Pix Automático, por sua vez, poderá ser utilizado para pagamentos recorrentes também, mas foi especialmente pensado para compras de valores que podem variar e comumente utilizados com débito em conta, como a conta de luz e água, por exemplo. Você vai consentir que o pagamento automático seja feito desde que vá até um determinado valor”, explica Martins, que também participa dos grupos de trabalho do Open Finance Brasil.

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Outra diferença é para quem recebe os valores: no caso do agendamento recorrente, o pagamento pode ser feito para pessoas físicas e jurídicas. No Pix Automático, a transação foi pensada somente às pessoas jurídicas.

Já está em funcionamento também o Pix Agendado. Nele, o usuário pode programar um pagamento, mas a diferença são os prazos. Hoje, o usuário pode agendar para, no máximo, até 30 dias (chegando a 60 dias em alguns casos) e precisa repetir o processo sempre que precisar agendar o pagamento. No agendamento recorrente será necessário uma única autorização para até 24 meses e até 60 parcelas, automatizando ainda mais o processo. São serviços complementares.

Lançamento x utilização

A partir de segunda-feira (15), as instituições financeiras adeptas do Open Finance estarão prontas, do ponto de vista tecnológico, para a operacionalização das transferências inteligentes e dos agendamentos recorrentes quando seus clientes fizerem a solicitação desses serviços.

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Porém, nem todos os bancos vão oferecer essas soluções aos clientes já nesta segunda. Por isso, o consumidor ainda pode levar alguns meses para encontrar as soluções dentro do app da sua instituição. Os bancos podem optar sobre como ofertar cada uma das delas – muito em linha com a premissa de livre mercado e da competitividade.

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Giovanna Sutto

Jornalista com mais de 6 anos de experiência na cobertura de finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.