Estímulo ao crediário no cartão é resposta dos bancos ao teto do rotativo; entenda

Crediário, produto muito conhecido pelos brasileiros, será padronizado pelas instituições financeiras

Maria Luiza Dourado

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Muito conhecido pelos consumidores, o crediário ganhou nova roupagem dos bancos brasileiros: o crediário no cartão de crédito. A modalidade ganhou prioridade no setor de meios de pagamentos e foi destaque nas discussões realizadas no Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento, promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), na terça-feira (12).

Segundo a Abecs, o novo crediário, também chamado de “evolução do crediário”, criado em 2019 e implementado apenas pelos principais players, agora terá o apoio de todas as bandeiras e será padronizado.

Seu limite poderá ser embutido no do cartão de crédito do consumidor ou originado a partir de uma nova linha, a critério do emissor. A opção de pagamento poderá ser requisitada pelo consumidor em lojas físicas.

A medida é um incentivo ao parcelamento com juros na indústria de meios de pagamento e também uma forma de diminuir os juros pagos. “No Brasil, 75% das pessoas que usam cartão utilizam o parcelamento sem juros. A desproporcionalidade faz com que quem parcela pague juros muito altos”.

Segundo Rogério Magno Panca, diretor de Cartões e Pagamentos Digitais do Santander, o crediário no cartão vai permitir até 48 parcelas (com juros), permitindo a compra de itens com valor agregado superior.

“No Santander, em 2019, com a implementação do crediário, essa opção de pagamento alavancou o volume (de vendas) de uma revendedora de motos a uma taxa média mais baixa. Em 2022, a taxa de média de juros do cartão foi de 12% ao mês. A taxa de juros média do crediário do Santander gira em torno de 2% ao mês”, afirmou o executivo.

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Resposta ao teto do rotativo

Desestimular compras parceladas sem juros tem sido a forma que o setor bancário encontrou para responder à Resolução CMN 5.112, que limitou os juros do rotativo ao teto de 100%.

“Dentro deste cenário, uma das possíveis soluções seria o aumento das transações parceladas com juros, para que possamos buscar um equilíbrio na rentabilidade do mercado de pagamentos como um todo”, salientou a Abecs em apresentação.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.