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No início do ano, período das tradicionais férias escolares, muitas famílias reservam um espaço na agenda para viajar pelo país ou fora dele. É o caso do hoteleiro Ricardo Gouveia, que visita outros países com frequência e sempre contrata o seguro-viagem para evitar perrengues fora de casa.
No episódio desta quinta-feira (4) do ‘Tá Seguro?’, videocast do InfoMoney disponível no YouTube e nas plataformas de áudio, Ricardo conta sua experiência na utilização das coberturas adquiridas para as viagens.
“Já tínhamos contratado algumas vezes, mas a primeira vez que eu utilizei mesmo foi no Chile. A minha filha era pequena ainda e ela teve Influenza. Contatamos a seguradora e eles prontamente já indicaram o hospital mais perto do hotel que nós estávamos”, conta sobre a situação ocorrida há cerca de 7 anos.
A segunda utilização do seguro fora de casa, relembra Ricardo, foi logo após a pandemia, quando ele viajou com a família para Cancun, no México. “A minha filha mais velha começou a sentir muita dor de garganta, e já tinha aquele sistema de atendimento online com o médico. Fizemos essa conexão com o médico do hotel mesmo e foi incrível, ele acertou sem precisar estar perto da minha filha. Ele já fez a prescrição dos remédios, a farmácia ficava bem em frente ao hotel que estávamos, fomos lá, já retiramos o medicamento e ela ficou bem”, diz.
De acordo com Alexandre Camargo, diretor-geral da Assist Card, o seguro-viagem passou por uma grande “evolução” nos últimos anos em termos de ampliação dos canais de atendimento. A pandemia foi um motivador, já que tornou mais comum o uso da telemedicina. “45% dos atendimentos que nós fazemos são de forma digital. O próprio usuário entra no aplicativo [da seguradora] ou no WhatsApp e ele mesmo faz a sua autogestão [das coberturas e serviços contratados]”, comenta.
Camargo salienta que existem coberturas obrigatórias no seguro-viagem, como despesas médicas, repatriação e traslado. As seguradoras também não podem limitar a contratação devido a doenças pré-existentes. Por outro lado, conta o diretor, as companhias passaram a oferecer “novas” coberturas, contra roubo de celular, compra de eletrônicos e até para os pets.
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O corretor de seguros Paulo Kalassa concorda que a pandemia mudou os hábitos das famílias, que agora querem viajar mais. Outra mudança é a preocupação com os eventuais gastos com saúde durante as viagens, que também cresceram — implicando em um ajuste nas coberturas contratadas, que devem ser maiores para “suprir a necessidade do cliente”. “A primeira pergunta que a gente faz é se o cliente está indo a passeio ou praticar um esporte, se está indo para [local com] neve, se vai esquiar, se vai fazer algum esporte com bicicleta, se vai usar motocicleta. Hoje nos preocupamos um pouco mais com o que que ele vai fazer na viagem”, observa Kalassa.
Segundo o corretor, o cuidado deve ser em contratar um capital segurado adequado ao objetivo das atividades da viagem para que o consumidor não fique com dívidas no hospital, caso sofra um acidente.
Afinal, há países onde a assistência médica é privada e bastante cara. “Ele passa a ser responsável pela diferença da dívida que ele tem porque a seguradora vai cobrir até o limite do capital contratado e ele tem que assumir a diferença. Muita gente não pensa nesse aspecto”, alerta o corretor.
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E se a viagem for pelo Brasil?
Os especialistas contam que as mudanças atingiram não só quem viaja para o exterior, mas também para quem se desloca pelo Brasil. Mesmo estando em solo nativo, é importante tomar alguns cuidados.
Camargo comenta ainda sobre outra tendência crescente entre os viajantes brasileiros, que é a aquisição de seguro-viagem para deslocamentos dentro do território nacional, principalmente para garantir atendimento médico privado em regiões onde o plano de saúde não cobre.
“As pessoas tinham mais planos nacionais de saúde. Hoje os planos são mais regionais. Isso abriu uma porta para a contratação do seguro-viagem nacional”, explica. De acordo com o diretor da Assist Card, antes da pandemia, apenas 30% das apólices (contratos de seguro) eram emitidas para viagens nacionais. Atualmente, esse índice subiu para 50%.
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Outro seguro que merece atenção é o automóvel. Pode ser que por circular apenas por São Paulo, o limite contratado para o uso de guincho seja de até 100 quilômetros. “Quando você contrata o seguro do seu automóvel, nem passou pela sua cabeça que talvez você pudesse sair de São Paulo e ir até a Bahia de carro”, exemplifica Kalassa.
Segundo ele, o segurado pode “endossar a apólice”, ou seja, fazer uma alteração no contrato de seguro para ampliar a cobertura, acrescentando serviços como “uma assistência ilimitada não só do veículo, mas do passageiro também”, por exemplo. A depender do imprevisto, é possível que toda a família tenha de retornar à cidade natal com outro meio de transporte.
A dica de ouro, segundo os especialistas, é contratar ou ajustar os seguros pertinentes no momento da companha do pacote de viagem. Assim, é possível adequar o seguro-viagem ou ajustar as outras modalidades — como o automóvel, o residencial e até de itens pessoais — conforme a necessidade para o período.