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SÃO PAULO – Você vai ao McDonald’s e pede uma promoção do Big Mac. Quanto será que a empresa ganhou com isso? Nada que realmente faça uma grande diferença para o lucro da rede, que por muito tempo foi a maior empresa de fast-food do mundo – embora atualmente tenha sido ultrapassada pelo Subway.
Receitas e despesas do ano de 2014 mostram que o McDonald’s ganha com os restaurantes que é dono praticamente a mesma quantia necessária para manter o negócio funcionando. Dono de mais de 6 mil restaurantes (e franqueador de outros 30 mil), o McDonald’s tem receitas de US$ 18,16 bilhões com as suas lojas, US$ 9,2 bilhões com os franqueados, para uma receita total de US$ 27,44 bilhões e lucro total de US$ 4,75 bilhões.
Só que os gastos com operações próprias é de US$ 15,28 bilhões, com mais US$ 2,48 bilhões indo embora como despesas gerais e administrativas. Com os franqueados a empresa gasta US$ 1,69 bilhão em despesa – o que garante um grande lucro operacional. A grande parte deste custo explica por que o McDonald’s não é uma empresa de alimentos: na verdade, a rede é uma imobiliária.
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Tudo começou na década de 1950, quando um dos executivos da empresa, Harry Sonnerborn, decidiu que para ganhar dinheiro a empresa deveria agir no mercado – e deixar. Essa ideia casou com o que o fundador do McDonald’s moderno, Ray Kroc, gostaria para a rede: poder total sobre o franqueado, que deveria fazer o que ele quisesse e manter o nível de qualidade (ou perder sua franquia).
Sonnerborn então alugava terrenos no longo-prazo e os repassava para os franqueados, cobrando um valor adicional. Como as responsabilidades sobre o terreno eram todas transferidas para o franqueado, o que entrava era receita praticamente livre para se tornar lucro (e financiar novas operações como esta).
Em muitos casos, o McDonald’s comprou terrenos. Em outros, ela mesmo construiu o restaurante e alugou o terreno já contando com o restaurante, ao invés de deixar isso a cargo do franqueado. A operação imobiliária era tão importante no começo da empresa que Sonnerborn (que virou presidente da rede) descrevia o McDonald’s como “uma empresa imobiliária, que vende hamburgueres para que quem alugar os nossos terrenos possam pagar por ele”.
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Já na década de 1960, o McDonald’s passou a cobrar mais caro pelos terrenos e a incluir uma cláusula que obrigava o franqueado a repassar 5% das receitas da empresa. A operação é tão forte que o McDonald’s possui equipes imobiliárias grandes e monitora o mercado consistentemente para realizar decisões.
De fato, a empresa tem uma margem de 85% com essas operações até hoje, recebendo US$ 6,10 bilhões (mais do que o lucro inteiro, portanto) em aluguéis, US$ 3,08 bilhões em royalties e apenas US$ 80 milhões em taxas para criação de novos serviços. O portfólio imobiliário do McDonald’s vale US$ 39 bilhões atualmente.
Mais de 80% dos restaurantes do McDonald’s são franquias e é o modelo de franquias que permite a empresa crescer como cresceu nas últimas décadas. E são os acordos imobiliários que permitem que ele realmente tenha um grande lucro no final do ano.
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