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A Embraer (EMBR3) abriu, nesta segunda-feira (24), as inscrições para sua 32ª Turma do Programa de Especialização em Engenharia (PEE), mestrado profissional promovido em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O curso tem por objetivo acelerar a carreira de engenheiros e engenheiras em conhecimentos do setor aeroespacial.
São, ao todo, 45 vagas disponíveis para candidatos de todo o Brasil. Os aprovados terão 18 meses de aulas em São José dos Campos, município do interior paulista que sedia a empresa. O diferencial da formação é que os aprovados na seleção receberão bolsa-auxílio mensal de R$ 5 mil, passível de reajuste de 20% a partir do segundo ano. Ao final do curso, existe ainda a chance de o profissional ser contratado pela Embraer.
Entre os pré-requisitos para o processo seletivo estão inglês avançado e graduação entre 2021 e 2023 nos seguintes cursos de engenharia: aeronáutica ou aeroespacial, ambiental, automobilística, civil, computação, controle e automação, elétrica, eletrônica, energia, física, manufatura, manutenção, materiais, mecânica, mecatrônica, metalúrgica, minas, naval, nuclear, petróleo, produção, química, robótica, sistemas, softwares e telecomunicações e transporte.
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Toda a formação é ministrada por profissionais da Embraer, professores do ITA e consultores, com direito a título de mestrado profissional em Engenharia Aeronáutica reconhecido pela CAPES/MEC.
Além da participação em cursos e atividades de capacitação nas áreas de Engenharia de Desenvolvimento do Produto e Processos da Embraer, os selecionados também se especializarão em fundamentos e projetos aeronáuticos, com atividades e temas sobre Indústria 4.0, Inteligência Artificial, Robótica e Prototipação de Projetos.
As inscrições para o programa vão até 3 de setembro e poderão ser feitas neste link. As aulas devem começar em fevereiro de 2024.
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Segundo a Embraer, mais de 1.670 profissionais provenientes de 105 universidades de 20 estados brasileiros já passaram pelo programa desde a sua criação, em 2001, e a média de contratação dos participantes pela companhia é de 96%.
“O investimento de longo prazo em qualificação profissional da nossa engenharia é um diferencial competitivo da Embraer num setor intensivo em capital intelectual”, disse Andreza Alberto, vice-presidente de Pessoas, ESG e Comunicação Corporativa da Embraer. “O PEE possui uma função central em um ecossistema de formação de talentos em tecnologias estratégicas para o país e tem se consolidado como uma referência em geração e disseminação de conhecimento em engenharia aeroespacial.”
Briga por talentos
Reter talentos estratégicos, sobretudo, na área aeroespacial é o pano de fundo de uma “briga extrajudicial”, entre Embraer e Boeing, que o InfoMoney vem cobrindo desde março deste ano. Veja alguns pontos:
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- Anos após a Boeing desistir de comprar 80% da divisão comercial da Embraer por US$ 4,2 bilhões, a empresa americana tem avançado sobre os talentos da brasileira — e de outras companhias do setor –, contratando “a elite da engenharia aeroespacial”;
- A gigante americana já contratou mais de 200 profissionais no país desde o ano passado — sendo mais de uma centena da Embraer — e está com quase cem vagas em aberto em São José dos Campos (SP), o berço da multinacional brasileira e do setor aeroespacial e de defesa do país;
- O foco começou por engenheiros de nível sênior, que têm anos de experiência, chefiam importantes áreas de desenvolvimento de aeronaves e possuem acesso a informações privilegiadas de projetos com segredos industriais, como os caças Gripen, e nos últimos meses passou a envolver também profissionais de meio e começo de carreira;
- Diante das contratações, a Embraer chegou a notificar a Boeing nos Estados Unidos, em abril do ano passado. A notificação extrajudicial — e o seu conteúdo — foram revelados pelo InfoMoney;
- A empresa brasileira afirma no documento que a americana se aproveitou do acordo frustrado entre as empresas para acessar indevidamente suas informações confidenciais e contratar os profissionais. E acusa a ex-parceria de “se apropriar indevidamente de seus segredos de negócios e outras informações confidenciais” — o que a Boeing nega.
- A Embraer é associada tanto à Abimde quanto à AIAB (as duas associações que processam a gigante americana). A Boeing inclusive afirma, em sua defesa na Ação Civil Pública, que a acusação das associações “mimetiza” os principais argumentos da notificação extrajudicial da Embraer.
Apesar de a Embraer ser a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, atrás apenas da Airbus e própria Boeing, além de líder em aviões de até 150 passageiros, a escala das duas empresas é incomparável: enquanto a brasileira tem cerca de 18 mil funcionários em todo o mundo, a Boeing tem mais de 150 mil e contratou mais de 26 mil pessoas apenas em 2022 (e tem uma receita que é cerca de 15 vezes superior).