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O Drex, moeda digital em fase de testes e criada pelo Banco Central, deve alimentar iniciativas de inovação da área de seguros, como o Open Insurance (sistema de dados compartilhados do setor) e o SRO (de registro de operações a partir das apólices, que são os contratos dos serviços de seguros).
Para Alessandro Octaviani, gestor da Susep (Superintendência de Seguros Privados), a economia tokenizada, que inclui as moedas digitais com o Drex, poderá impulsionar o uso do SRO para que os contratos e os serviços ofertados pelo setor de seguros sejam mais transparentes.
“(A tecnologia) poderá permitir que o SRO, que é basicamente o fiscalizador, tenha todas as informações do que todas as nossas empresas fiscalizadas fazem a qualquer tempo e just in time, de qualquer contrato, qualquer movimentação financeira”, afirmou em evento realizado nesta quinta (7), sobre o Drex, pelo Banco Central em Brasília.
Riscos
Mas o lado B, segundo o superintendente da Susep, da nova realidade ultraconectada e dinâmica é o risco de grupos criminosos desenvolverem sistemas análogos ou falsificações do mesmo ativo (tokenizado). “Essa é uma questão seríssima. E mais: como é que partes tecnologicamente mais frágeis no sistema financeiro terão que lidar com cópias deste ativo?”, provocou. Por isso, Octaviani defende fiscalização mais rigorosa sobre o setor. “Grandes poderes, grandes responsabilidades”, disse.
Apesar dos temores e dos desafios, a discussão do tema é um caminho sem volta, acentuou Otaviani. “A gente vai migrar para o Open Insurance e para uma regulação altamente digitalizada. Não vamos voltar a fiscalizar em papel”, afirmou.