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SÃO PAULO – Um traço comum entre a maior parte das pessoas é tentar evitar assuntos desagradáveis. O problema surge quando esse tipo de postura acaba piorando ainda mais a situação. E é isso que acontece quando você evita encarar, de frente, o problema do endividamento.
Com raras exceções, ninguém fica no vermelho por opção. A grande maioria dos inadimplentes se encontra nesta situação porque foi surpreendido por uma situação de emergência, não soube administrar seu dinheiro etc. Ainda que esteja enfrentando uma crise financeira passageira, se você não fizer nada sobre isso, em pouco tempo perderá completamente o controle sobre as suas finanças.
Em outros casos, contudo, trata-se de uma situação de descontrole permanente. Essas pessoas são consideradas devedoras compulsivas e precisam de tratamento. Mas isso não altera o fato de que precisam ter uma idéia clara do quanto devem para conseguirem se equilibrar financeiramente, enquanto procuram melhorar sua relação com o dinheiro. Qualquer que seja a sua situação, a saída passa pelo entendimento da dimensão da sua crise financeira.
Não há soluções mágicas
Infelizmente não há soluções mágicas para se sair do vermelho. Quem já não seguiu alguma dieta milagrosa e perdeu muito peso para, depois de algum tempo, perceber que os quilinhos extras voltaram? O erro está no fato de que a pessoa não mudou seus hábitos alimentares.
Situação semelhante acontece entre os endividados: é preciso rever os hábitos financeiros, senão mesmo que consiga sair do vermelho, logo você se verá novamente nesta situação.
Portanto, o primeiro passo é, sem dúvida, assumir que você tem um problema. O segundo é tentar entender o tamanho do problema, pois só assim é possível elaborar um planejamento adequado. Por mais que você tenha medo de saber o quanto exatamente deve, pense que isso não vai mudar em nada a sua situação, muito ao contrário.
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Retome o controle
Mesmo que tenha tentado esconder essa situação da família, é provável que as suas dificuldades financeiras já tenham afetado a forma como você age no trabalho, em casa e com os amigos.
Por mais angústia que estimar o quanto deve lhe traga, tente pensar na felicidade que terá ao superar esse obstáculo, na sensação de poder e controle que terá ao começar a lidar com o problema. Portanto, arregace as mangas e coloque no papel tudo aquilo que deve. Não esqueça de nada. Ainda que as dívidas bancárias devam ser priorizadas, pois em geral embutem juros, não se esqueça de incluir também outros “empréstimos” informais junto a amigos e familiares.
Quebra do ciclo vicioso
Com uma idéia mais clara sobre o quanto deve, é hora de estabelecer uma estratégia de quitação das suas dívidas. Mesmo que o seu endividamento não seja muito elevado, pode valer a pena considerar a venda de algum bem. Por mais que essa pareça uma decisão extremada, vale lembrar que, além do dinheiro com a venda, muitas vezes é possível economizar com a manutenção do bem. Esse é o caso, por exemplo, da venda de carro, que permite economia com IPVA, gasolina e seguro.
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A soma destes recursos agiliza a sua saída do vermelho . Além disso, de que adianta ter um carro se você não consegue pagar o seguro e o IPVA? Se você não consegue viver sem o veículo, então considere ao menos a troca por um modelo de menor valor. Outro ponto importante: não tenha pressa. Por mais que o tempo não ajude quem está endividado, o mais importante não é o prazo durante o qual você irá pagar as suas dívidas, mas interromper o ciclo vicioso que alimenta o seu endividamento.
No futuro, caso venha a tomar dinheiro emprestado novamente, não esqueça de se planejar!