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SÃO PAULO – Em tempos de consumo em alta, opções de crédito não faltam ao consumidor. Seja através do uso de cartão de crédito, limite do cheque especial ou das diversas linhas de antecipação de restituição de Imposto de Renda e décimo terceiro salário, muitos consumidores não resistem e acabam optando pelo financiamento de suas compras.
Neste contexto, não surpreende que um número crescente de pessoas acabe se atolando em dívidas. Abaixo tentamos identificar 10 razões que levam as pessoas a se endividarem.
- Perda de renda sem ajuste nas despesas
Curiosamente, pode-se observar que, quando o poder aquisitivo das pessoas aumenta, elas rapidamente tendem a aumentar seu padrão de gastos, ajustando-se à nova realidade de salário. Infelizmente, a contrapartida nem sempre é verdadeira, de forma que, em geral, o consumidor não ajusta seus gastos com a mesma rapidez diante de uma retração na renda.Acreditando que a situação seja temporária, muitas pessoas optam por equilibrar o orçamento através do levantamento de dívidas. Porém, muitas vezes o temporário se transforma em permanente, e abre-se a porta para uma situação de desequilíbrio financeiro.
- De repente você está desempregado!
A perda do emprego pode ser vista como uma das causas para a redução de renda. O maior problema aqui é subestimar o tempo e os custos associados à recolocação profissional, que podem inclusive acabar elevando padrões de gastos temporariamente. Nesta hora é importante não se abalar emocionalmente e agir rápido. Por mais que cortar gastos seja a última coisa que passe pela sua mente, ela deve ser, na verdade, a primeira providência a tomar.Não se esqueça que muitas empresas evitam contratar pessoas com nome sujo. A razão por trás disso é simples: a preocupação com o gerenciamento financeiro das suas contas acaba prejudicando o desempenho do profissional.
- Despesas médicas podem acabar com sua saúde
Não são poucos os casos de pessoas que acabam sofrendo problemas de saúde, e por isso são forçadas a gastar com o tratamento, ou a se ausentar do trabalho. Por este motivo, sobretudo no caso de profissionais liberais e autônomos, vêem-se diante de dificuldades financeiras.Nestas horas, levantar um financiamento pode ser a única alternativa para fazer o tratamento de saúde, ou para manter o pagamento das contas em dia, e assim evitar a inadimplência.
- Divórcio: separação de bens, mas não de gastos
Mesmo que você não esteja casado, basta que se encontre em uma relação estável, para que possa ser atormentado pela realidade da divisão de bens, e até mesmo pagamento de pensão ao ex-cônjuge/companheiro.De repente a pessoa passa de uma situação em que podia contar com a outra para dividir os gastos, para a realidade de não só ter que arcar com eles sozinha, mas ainda ter que partilhar parte de seu rendimento, ou patrimônio.
Isso sem falar, é claro, dos custos associados ao processo em si. Dependendo como se deu a separação, além de gastar com advogado, é possível que surja a necessidade de outros tratamentos, para possíveis traumas psicológicos, por exemplo.
- Jogos e outros vícios
Ainda que o jogo seja ilegal no País, não há como negar sua existência. Infelizmente, muitas pessoas acabam viciadas, perdendo completamente o controle dos seus gastos.Em alguns casos, o jogo é apenas uma entre outras formas de vícios, que vão desde o consumo compulsivo até a dependência química por drogas. Os efeitos ao orçamento não precisam ser comentados.
- Gastando aquilo que não recebeu
Não são poucos os casos em que isso acontece. Englobam filhos que antecipam o recebimento de bens ainda em inventário, ou profissionais que adiantam o recebimento de férias, décimo terceiro, ou bonificação anual extra.Em algumas situações, contudo, esses recursos acabam não sendo recebidos, ou ficam abaixo do previsto, fazendo com que seja preciso levantar dívidas para arcar com os gastos antecipados.
- Incapacidade de administrar dinheiro
Poucas pessoas investem tempo na gestão do seu orçamento e sabem para onde vai o seu dinheiro. Assim, a maioria acaba gastando mais do que pode. Um erro bastante freqüente é incluir o limite do cartão de crédito e/ou cheque especial como parte integrante da renda.Não se esqueça que, ao contrário do rendimento de salário, estes recursos implicam em juros, e devem ser usados com cautela. Coloque no papel seus gastos e receitas e adote uma postura mais responsável com relação às suas decisões de consumo. Evite consumir por impulso! Você vai se surpreender ao verificar como é gratificante ter suas finanças equilibradas.
- Dificuldade de poupar
A forma mais simples de evitar o endividamento é efetivamente poupar e formar uma reserva para situações de emergência. Apesar disso, a maior parte das pessoas, independente de faixa de renda, encontra dificuldades em estabelecer uma estratégia de poupança. É exatamente esta reserva que permite que você não se endivide caso fique doente, perca o emprego ou venha a se separar.Lembre-se que é mais fácil encontrar pessoas arrependidas de terem consumido por impulso do que reclamando de que deixaram de consumir para poupar. Não é preciso muito para começar: sempre é possível separar 5% do que você ganha para investimento, basta adiar por algum tempo outro gasto menos essencial. É como reeducação alimentar, depois de algum tempo você se acostuma com os novos hábitos de consumo e se sente orgulhoso por isso.
- Quando falar sobre dinheiro é tabu
Este é um problema que aflige muitas famílias. É importante que tanto o casal, e eventualmente os filhos, participem, na medida do possível, do estabelecimento de metas e objetivos de poupança e investimento. Se todos se mantiverem informados, é mais fácil comunicar quando um dos membros adota um padrão de gastos que não está de acordo com o orçamento!Nestes casos, a transparência é muito importante. Todos precisam ser honestos e objetivos, caso contrário, as chances de você se surpreender no final do mês com uma conta absurda de celular do seu filho, ou de cartão de crédito da sua filha, são enormes.
- Analfabetismo financeiro
Esta forma de analfabetismo atinge até mesmo os países mais desenvolvidos, onde uma parcela significativa da população é incapaz de gerir suas contas. Independente do grau de instrução, muitas pessoas simplesmente não apreciam a importância do planejamento financeiro.No Brasil, pode-se dizer que existe uma herança claramente negativa do período hiper-inflacionário. Isso porque, diante de uma inflação mensal que chegou a superar 50%, o planejamento financeiro de longo prazo se tornava impossível.
Se você faz parte deste grupo de pessoas, está na hora de investir na sua educação. Assim como em qualquer outra área de ensino, o planejamento financeiro exige treinamento. A boa vantagem é que já existe muito material publicado sobre o tema, que pode ajudá-lo rapidamente a se tornar proficiente neste assunto.