Desenrola para MEIs: veja descontos e como renegociar dívidas de seu negócio

Empreendedores inadimplentes terão este ano para obter vantagens na quitação dos débitos

Maria Luiza Dourado

Publicidade

O programa de renegociação de dívidas voltado a empreendedores, nomeado de “Desenrola Pequenos Negócios”, foi lançado na segunda-feira (22) pelo governo federal sob o guarda-chuva do programa de democratização de acesso ao crédito, Acredita.

A iniciativa, que já está em vigor desde terça (23), usa como referência o Desenrola Brasil, programa do Ministério da Fazenda prorrogado até 20 de maio que tem como público-alvo pessoas físicas com o CPF negativado.

O Desenrola Pequenos Negócios, cujo formato é o mesmo da Faixa 2 do programa original, tem como público-alvo os MEIs, as microempresas e as pequenas empresas com faturamento bruto anual de até R$ 4,8 milhões que estão inadimplentes por dívidas bancárias.

Continua depois da publicidade

Até o final deste ano, empresários compreendidos nesse grupo poderão renegociar as suas dívidas com descontos que vão variar entre 40% e 90%, segundo Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

De acordo com dados da Serasa Experian, cerca de 6,3 milhões de micro e pequenas empresas estavam inadimplentes até janeiro de 2024, maior número da série iniciada em 2016.

Segundo informações da pasta do Empreendedorismo encaminhadas ao InfoMoney, a renegociação de dívidas dos empreendedores deverá ser feita diretamente pelo público beneficiado diretamente nas agências bancárias.

Continua depois da publicidade

Também será possível renegociar dívidas do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), criado em 2020 para socorrer empresários durante a pandemia de Covid-19 com baixas taxas de juros. Passada a fase aguda da crise sanitária, os encargos superaram 13%, encarecendo as dívidas contraídas.

A intenção do governo federal é possibilitar que os empresários inadimplentes em condições de elevadas taxas de juros e mercado de trabalho desaquecido retornem ao processo de tomada de crédito.

Do lado das instituições financeiras, por meio do Desenrola Pequenos Negócios, o governo federal autorizará que o valor renegociado com os empreendedores possa ser contabilizado na apuração do crédito presumido dos bancos entre 2025 a 2029.

Continua depois da publicidade

“Isso significa que os bancos poderão elevar seu nível de capital para a concessão de empréstimos”, explicou a gestão Lula.

O governo federal afirma que esse incentivo não gerará gasto extra para os cofres públicos em 2024. Já nos próximos anos, o custo estimado em renúncia fiscal é de R$ 18 milhões em 2025; R$ 3 milhões em 2026 e sem nenhum custo em 2027.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.