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Da bicicleta personalizada ao tênis de colecionador: como o seguro protege itens pessoais?

Veja como obter cobertura para tudo o que você carrega na bolsa

Jamille Niero

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O que um tênis de colecionador e uma bicicleta personalizada têm em comum? Ambos são itens pessoais que podem ser protegidos por meio da aquisição de seguros pelos seus proprietários.

É o que conta o empresário e colecionador de tênis Rodrigo Clemente, que contratou um seguro para a sua coleção, no episódio desta semana do “Tá Seguro?”, videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros, já disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast (clique aqui para ouvir no Spotify).

O acervo de Clemente tem mais de 8 mil pares dos itens, também conhecidos como sneakers, que hoje estão reunidos em uma espécie de museu aberto ao público para visitação. Segundo ele, há diversos tênis raros, inclusive assinados por celebridades, como os jogadores de basquete Michael Jordan e Shaquille O’Neal, e o mais caro da coleção chega a custar R$ 1,5 milhão.

Isso começou quando eu era jogador de basquete e, na época, não tinha muito dinheiro para o tênis, mas essa paixão acabou seguindo por toda a vida. Depois que eu consegui um pouquinho mais de recursos [financeiros], fui conquistando espaço, colocando um pouco mais em casa até o dia que minha esposa olhou para mim e falou que não dava mais para guardar tudo ali. Aí eu montei uma sala dentro do escritório e deixei eles expostos. Cresceu um pouco mais e se tornou um andar. Hoje virou um museu com dois andares e um bunker”, relata Clemente.

O colecionador contratou um seguro para a exposição e precisou catalogar todos os pares que deverão ser revezados nas prateleiras do museu. Para isso, conta com a ajuda do filho de 15 anos que divide com ele a paixão pelos sneakers – e o mesmo número de calçado. “Eu só falo para ele cuidar e não estragar (…) eu acho que tênis tem que ser usado, não é só para ficar ali exposto, e eu troco todo dia. Ele compõe o que eu vou vestir, ele fala o que eu tenho que usar no dia”, comenta o empresário sobre o papel do tênis no seu dia a dia e a influência no seu estilo pessoal.

Segundo Almir Fernandes, gerente executivo de Portfólio, Serviços e Benefícios da seguradora Brasilseg, o mercado segurador provê soluções para casos como o de Rodrigo: seja protegendo as instalações da coleção, mas também indenizando em caso de roubo de um item pessoal – como um par de tênis.

Em relação às instalações, além da indenização em situações de perdas ou danos causados aos bens guardados no local por incêndio, inundação ou vazamento há um trabalho que antecede. “ Olhando para o museu, que tem aí uma quantidade significativa de itens que são inflamáveis, possivelmente você vai ter que instalar um determinado nível de proteção que preserva o seu bem, que evite que tenha o incêndio. A indústria do seguro é muito mais do que aquilo que efetivamente se vê nos filmes, que se conta que pegou incêndio e teve uma indenização, tem um trabalho preventivo muito grande por trás”, diz Fernandes.

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Já em relação ao item pessoal, como um tênis, o executivo da Brasilseg ressalta que um dos produtos oferecidos atualmente é o seguro de itens pessoais, que protege o consumidor em dois pontos:

“Infelizmente, nos grandes centros, nós estamos passando por uma onda muito grande de roubos rápidos com a intenção de levar a bolsa e o conteúdo que existe nela”, observa Fernandes. Ele conta ainda que mensalmente a seguradora tem registrado cerca de 200 sinistros (ocorrência do risco previsto no contrato de seguro) do tipo.

Outro item que tem gerado muitas indenizações por roubo é o de bicicletas. De acordo com Mariana Miranda, head de Vendas e Marketing da seguradora Akad, 70% dos sinistros da carteira da companhia no segmento são por roubo. “O roubo é a maior dor de fato dos ciclistas hoje, é o que mais acontece”, comenta Mariana. Na Akad, cerca de 100 mil são seguradas. Mas, segundo a executiva, é difícil estimar a proporção entre as 5 milhões de bicicletas que existem hoje no país que contam com algum seguro.

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A jornalista Cláudia Mancini faz parte da estatística de quem já passou por algum perrengue com a bike. Ela conta que teve a bicicleta furtada há cerca de 5 anos dentro do condomínio onde morava. Na ocasião, o vizinho de garagem alega ter se confundido e pego, por engano, a de Cláudia no lugar da bicicleta da esposa.

Fiz muita melhoria nela, coloquei um pedal muito mais bacana, mudei todo o sistema de freio, enfim, ela estava meio turbinada”, relata, estimando o valor final da bicicleta em torno de R$ 5 mil. “Trouxe de fora coisas para a bicicleta. Só no pedal eu paguei 80 euros na época”, relembra.

Claudia conta que chegou a registrar uma reclamação no condomínio e fez até um B.O. na polícia. No fim da história, o vizinho acabou pagando para uma loja especializada restaurar a bicicleta com os itens mais próximos da personalização que Claudia havia realizado na sua. “O que aconteceu depois disso? A bicicleta fica dentro do meu apartamento, porque não confio em deixar lá [na garagem do condomínio] nem com cadeado”, alega a ciclista, que diz utilizar a “magrela” para pedalar em grupo, já que tem receio de ser assaltada.

Segundo Mariana, da Akad, para o seguro indenizar um furto é necessário que o ladrão “rompa alguma barreira” – como o cadeado. Outras situações cobertas pelo seguro são acidentes que resultem em dano total ou parcial, gerando a indenização ou reposição do bem, inclusive de partes modificadas do item – como na bicicleta da Claudia, que trocou por um outro pedal. O seguro contempla ainda assistências, como o envio de suporte para solucionar problemas pontuais durante o uso, como quando a corrente se solta no passeio, por exemplo.

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Como mensurar o valor de um bem? No caso da bike, a gente faz uma avaliação digital, nos mandam fotos, e a gente consegue fazer a leitura e falar ‘olha só a sua bicicleta custa tanto e você vai ser indenizado por isso’, então não tem surpresa [quanto ao valor da indenização]. O ciclista pode concordar ou não com o valor que tá escrito ali. Às vezes ele pode inclusive falar que não concorda e mandar um outro documento [provando o valor do item] e aí a gente faz o seguro considerando todas essas hipóteses. Não é só uma bicicleta nova com nota, a gente também aceita modelos que são modificados ou bicicletas montadas”, explica a executiva da Akad.

Segundo os especialistas, o mercado tem se movimentado para atender as demandas do consumidor, sempre visando proporcionar um equilíbrio entre o risco e o custo para segurá-lo.

Considerando o mercado de bicicletas, um “teste” já realizado pelo mercado que não teve demanda suficiente, de acordo com Mariana, da Akad, foi o de ofertar uma proteção que “ligasse e desligasse” apenas nos momentos de uso.

Já Fernandes, da Brasilseg, aponta que para o mercado de proteção de tênis, poderiam existir dois caminhos:

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“Só que a camada aqui do dia a dia precisaria ter demanda pra isso”, ele pontua.

Se você tem alguma história relacionada ao mundo dos seguros ou dúvida e quer vê-la esclarecida envie para seguros@infomoney.com.br que a gente vai consultar os melhores especialistas para te responder! E sem vergonha, hein? Não existe pergunta boba demais nem específica demais: pode abrir seu coração!

Jamille Niero

Jornalista especializada no mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e saúde suplementar, com passagem por mídia segmentada e comunicação corporativa