Criptomoedas farão dinheiro se mover mais rápido, defendem JPMorgan, Citi e PayPal

Executivos das empresas participaram da Consensus, maior feira de criptoativos do mundo

Lucas Gabriel Marins

Umar Farooq (JPMorgan), Ryan Rugg (Citi), José Fernandez da Ponte (PayPal) e Ian Allison (Coindesk). (Divulgação)
Umar Farooq (JPMorgan), Ryan Rugg (Citi), José Fernandez da Ponte (PayPal) e Ian Allison (Coindesk). (Divulgação)

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A tecnologia das criptomoedas pode dar um empurrão no sistema atual de movimentação de dinheiro, acreditam executivos dos gigantes financeiros JPMorgan, Citi e PayPal. “Nós todos rodamos os pagamentos na mesma infraestrutura que tem sido usada durante os últimos 30 ou 40 anos, e há uma tonelada de inovação nos pagamentos, mas não na movimentação fundamental do dinheiro”, disse Jose Fernandez da Ponte, vice-presidente sênior de blockchain e criptomoedas no PayPal, em participação na feira de criptoativos Consensus na última semana.

O executivo falou que quando o PayPal teve contato com a tecnologia cripto há alguns anos atrás, percebeu que havia algo no ecossistema que poderia ser usado. “Então estamos tentando resolver o custo de pagamentos e a velocidade de pagamentos e disponibilidade”.

Ryan Rugg, head de ativos digitais do Citi, falou que o banco procura em cripto uma infraestrutura que permita atender a demanda atual dos clientes. “Falo de horário de negociações 24 horas por dia, 7 dias por semana, operações cross border e liquidez entre bancos. Eles desejam algo ‘multibanco’, ‘multifronteira’ e querem acesso constante ao dinheiro. Nossa infraestrutura atual não permite isso”.

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Pressionada pelo mercado cripto, que funciona o dia inteiro de domingo a domingo, a Bolsa de Nova York (NYSE) também está analisando como pode usar a tecnologia cripto para melhorar os aspectos do ecossistema tradicional, disse a presidente da bolsa, Lynn Martin, em outro painel no mesmo evento.

Limitações

Umar Farooq, presidente da Onyx, empresa de blockchain do JPMorgan, disse que, em sua opinião, a infraestrutura atual dos bancos funciona bem. O problema, falou, é que há limitações no sistema, que podem ser sanadas com a tecnologia cripto.

“Umas das limitações macro são ‘silos’. Então dinheiro está em um silo, security está em outro e todos as classes de ativos ficam em seus respectivos silos, e esses silos não falam com o outro facilmente. Então, agora nós estávamos olhando como pegar algo que já existe e levar para o setor (dos bancos)”.