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Um ano de recorde: em 2024, o crédito imobiliário totalizou R$ 312 bilhões em concessões no país. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o número é 25% maior que o de 2023. Além disso, o ano passado foi o melhor ano da série histórica, superando 2021, quando foram contabilizados R$ 255 bilhões.
Em coletiva de imprensa, o presidente da Abecip, Sandro Gamba, explicou que o resultado foi puxado pelos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que cresceram 29%, para R$ 126 bilhões, o melhor patamar da história. Já os financiamentos com recursos da poupança subiram 22%, para R$ 187 bilhões.
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Em números de unidades, a Abecip ainda informou que 2024 contabilizou a concessão de crédito para 1,173 milhão de imóveis. Ao todo, foram 605 mil unidades pelo FGTS, que incluem os empreendimentos do Minha Casa Minha Vida e da linha pró-cotista (feita quase que exclusivamente pela Caixa Econômica Federal), e 568 mil via SBPE.
“Mesmo com a mudança que estamos observando na estrutura do funding imobiliário — com o crescimento da relevância do crédito privado —, o mercado absorveu bem a demanda e alcançamos um patamar de distribuição relevante.”
Outro destaque foi em relação à inadimplência, que atingiu o menor patamar da série histórica da entidade: 1%. Segundo a Abecip, em termos de distribuição e condução da carteira de crédito, ela “está saudável e equacionada”. “É um resultado bastante satisfatório e mostra a qualidade do mercado”, diz o presidente da associação.
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Perspectivas para 2025
Apesar dos números positivos do ano passado, Gamba destaca que, com a volta da elevação da taxa básica de juros (Selic), a poupança, que apresentava uma queda nas retiradas, deve voltar a ter uma menor captação em 2025. “Tudo o que aconteceu no último trimestre de 2024 começará a ser sentido ao longo deste ano. A perspectiva é de queda de concessões e distribuição de crédito.”
De acordo com as projeções da entidade, a expectativa é de que haja uma redução de 15% a 20% na distribuição, frente a 2024.
Com isso, a Abecip acredita que o ano deve encerrar com um total de R$ 282 bilhões em concessões (-10%), sendo R$ 127 bilhões do FGTS (+1%) e R$ 155 bilhões via SBPE (-17%). “Será um resultado similar a 2023, mas ainda é preciso acompanhar a Selic e a curva longa de juros no decorrer do ano.”