Copresidente do JPMorgan quebra silêncio sobre breve Superliga

Projeto de torneio que dificultaria a participação de clubes médios e pequenos inflamou torcedores ao redor do mundo

Bloomberg

(Foto: Divulgação)
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(Bloomberg) — Daniel Pinto tinha um dos melhores assentos para a fugaz Superliga. No início da semana, o copresidente do JPMorgan Chase assistia ao financiamento do projeto de futebol separatista, que logo inflamou torcedores ao redor do mundo.

“Havia a expectativa de que isso seria sensível”, Pinto disse em entrevista à ao programa “Front Row” da Bloomberg em 20 de abril. “Fechamos um empréstimo para um cliente. Não nos compete decidir a melhor forma de o futebol funcionar na Europa e no Reino Unido.”

Se a Superliga tivesse funcionado, o JPMorgan poderia ganhar milhões de dólares em comissões e pagamentos de juros. Agora, com a maioria dos times fundadores fora da nova liga, Pinto tem que administrar qualquer contágio do banco.

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“Está claro que avaliamos mal a magnitude da reação que esse acordo criaria e vamos aprender com essa experiência como empresa”, disse em comunicado na quinta-feira. “No final, os torcedores de futebol foram ouvidos em alto e bom som, e isso é o que mais importa.”

O JPMorgan recebeu críticas de torcedores e até mesmo de alguns clientes devido à proposta de financiamento. Embora as implicações financeiras para a empresa provavelmente sejam limitadas, o furor chega em um momento incômodo.

A instituição, sob a marca Chase, planeja lançar um banco de varejo exclusivamente digital no Reino Unido este ano, a primeira vez que expandirá seus negócios ao consumidor fora dos Estados Unidos.

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“Como eles se permitiram deixar essa proposta chegar aonde chegou?”, questionou o ex-economista do Goldman Sachs, Jim O’Neill, em entrevista à Bloomberg Television na quinta-feira. “É ridículo e resume tudo o que deu errado com o esporte moderno e, em particular, com o futebol.”

Foi um raro erro de interpretação de risco do responsável pelo banco corporativo e de investimento do JPMorgan.

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Pinto tem sobrevivido no cargo há mais tempo do que qualquer um de seus antecessores sob o CEO Jamie Dimon, adotando uma abordagem pragmática para questões inesperadas, como a cirurgia cardíaca de seu chefe, o Brexit, e gerenciamento das fileiras cada vez mais descontentes de banqueiros juniores.

O executivo, que normalmente fica longe dos holofotes, continua otimista sobre o desempenho geral do banco, ecoando os comentários otimistas de Dimon após a receita recorde no ano passado, seguida por um forte início de 2021.

“Vemos um crescimento muito saudável da carteira no banco de investimento este ano e, provavelmente, volumes mais normalizados em trading, em linha com 2019, com algum grau de crescimento”, disse Pinto. “Com uma economia que está crescendo tão bem, teremos mercados vibrantes e boa participação de clientes.”

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Para este ano, o JPMorgan espera aumento de 20% nas fusões e aquisições, e um salto de 10% a 20% nos mercados de capitais e emissão de dívida de alto rendimento, disse Pinto, acrescentando que a dívida de grau de investimento não terá o mesmo ganho, porque teve alto volume de emissões no ano passado.

Ele vê dois riscos que podem atrapalhar a boa fase dos mercados: inflação fora de controle e números negativos da Covid-19. Ambos são cenários de baixa probabilidade, disse.

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