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Apesar de ser um dos seguros mais conhecidos (e adquiridos) pelo brasileiro, estimativas do mercado segurador apontam que apenas 30% dos carros no país contam com alguma proteção securitária.
Modelos populares são, em geral, mais visados para roubo e furto (veja abaixo lista dos mais roubados), tanto pelo alto volume de circulação quanto pela facilidade de revenda de peças, explica Michel Tanam, gerente comercial da corretora Minuto Seguros, no episódio desta quinta-feira (07) do Tá Seguro, videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros. O programa já está disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast.
Segundo Michel, uma pergunta que surge muito na corretora – principalmente no momento de renovação do seguro do carro – é se quem não teve o veículo roubado ou furtado pode ter aumento no preço do seguro. A resposta é sim, mesmo que o proprietário não tenha sofrido um sinistro (ocorrência do risco previsto no contrato de seguro, como roubo ou acidente), o preço do seguro pode subir, uma vez que as seguradoras ajustam suas tarifas de acordo com a sinistralidade da sua carteira de clientes como um todo.
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“O que vai diferenciar um cliente que não utilizou o seguro para outro cliente que está utilizando é o histórico, a classe de bônus, por exemplo. Se você não utilizou o seguro, acaba tendo um pequeno acréscimo, porém tem um bônus que vai te ajudar a ter algum desconto na renovação, vai ajudar a reduzir o custo. Ou seja, sim, um sinistro pode impactar todos, mas cada pessoa vai ter uma análise um pouco diferente pelo histórico de condução”, explica.
Quais fatores entram no custo do seguro?
Michel esclarece que no seguro de automóvel diversos fatores entram em jogo para definir o valor da apólice, além da sinistralidade (ou utilização do seguro, neste caso) e um dos mais importantes é o perfil do motorista. Jovens e solteiros, por exemplo, podem pagar mais caro, assim como aqueles que utilizam o veículo para trabalhar via aplicativos de transporte.
Esse ajuste ocorre porque motoristas que circulam com mais frequência ou em horários de maior risco tendem a se envolver em mais acidentes ou roubos, elevando o risco para as seguradoras.
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“Uma pessoa que utiliza o carro como motorista de aplicativo tá rodando o dia inteiro e tá mais exposto, pode causar ou se envolver em mais acidentes. É diferente de uma pessoa que só utiliza o carro para ir e voltar do trabalho, que sai de um ponto, deixa o carro o dia inteiro guardado no estacionamento no trabalho e só volta para a residência no fim do dia, ou uma pessoa que que não sai de casa, trabalha em home office, certamente terá o seguro mais barato”, exemplifica o gerente da corretora.
Outra questão que influencia o preço do seguro é a idade do carro. Veículos zero quilômetro costumam ter um histórico “limpo” e peças em perfeito estado, o que pode reduzir o custo da apólice. Já carros usados, especialmente aqueles com mais de 10 anos, podem enfrentar dificuldades tanto na aprovação do seguro quanto no preço, já que a manutenção é incerta e o risco de problemas mecânicos é maior, alerta Michel.
As seguradoras também levam em consideração o local onde o carro pernoita. Regiões com altos índices de criminalidade tendem a encarecer o seguro, enquanto áreas mais seguras ajudam a manter o preço mais baixo. Por outro lado, aponta o executivo, há alguns fatores que não impactam na precificação do seguro, não passando de “mitos” – como a cor do automóvel.
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Tecnologia entra em jogo
De acordo com Michel, nos últimos anos, a tecnologia tem sido uma aliada importante para as seguradoras reduzirem os custos do seguro para o consumidor lá na ponta. A instalação de rastreadores, por exemplo, tem se tornado uma prática comum, oferecendo segurança tanto para o proprietário quanto para as empresas de seguro, que ganha mais chances de recuperar o veículo em caso de roubo.
“Algumas seguradoras, inclusive, oferecem o rastreador em comodato, ou seja, sem custo adicional, condicionado à contratação do seguro”, acrescenta.
Outro aspecto relevante, aponta o gerente da Minuto Seguros, é o combate às fraudes. Omitir informações, como a existência de um motorista jovem na família ou deixar de informar que o carro é utilizado para aplicativos de transporte, pode não só inviabilizar o pagamento da indenização em caso de sinistro, como também resultar no cancelamento da apólice.
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As seguradoras têm investido em inteligência artificial e análise de dados para evitar esses problemas e garantir que o preço do seguro seja mais adequado para cada perfil.
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