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A vendedora Vitória Abreu de Sousa, que sempre estudou em escola particular, enfrentou aos nove anos a perda do pai para o câncer. Nesse momento, o seguro educacional entrou em ação, cobrindo os custos de sua educação até o final do ensino médio, já que o pai era o responsável pelo pagamento das mensalidades escolares. Um processo que, segundo ela, transcorreu de maneira tranquila e foi crucial para sua jornada educacional.
“Minha mãe conta que, quando meu pai morreu, falei para ela que não tinha problema, que iria para a escola pública, porque sabia que era ele que pagava. Ela teve a segurança de me dizer que eu não precisava sair. Claro que, financeiramente, é um problema, mas acho que até psicologicamente seria mais traumático [ter que mudar de escola] do que foi. Perder meu pai e ainda ter que mudar minha vida, porque era uma escola que eu gostava muito”, conta Vitória, que acabou mudando de instituição educacional somente no último ano do Ensino Médio, mantendo até hoje diversos amigos que fez na época.
Ela compartilha essa experiência no episódio desta quinta-feira (15) do “Tá Seguro?”, videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros, já disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast.
A partir da história de Vitória, que trouxe à tona a importância do seguro educacional como uma rede de segurança para famílias em momentos difíceis, Pedro Paulo Pinho Borba, corretor especializado no segmento, detalha como funciona o seguro educacional.
Borba ressalta que esse produto é uma proteção para o aluno em caso de falecimento, desemprego ou invalidez permanente do responsável financeiro, podendo cobrir o período de estudo, retenções escolares e despesas com material. “O seguro pode ser contratado anualmente, por ciclo escolar ou até o término do ensino médio, adaptando-se às necessidades de cada família”, afirma o corretor.
Há diferença entre seguro educacional e escolar?
De acordo com Borba, existe distinção entre o seguro educacional e escolar, que acabam sendo complementares. Enquanto o seguro educacional é focado na cobertura dos custos educacionais em casos específicos, como morte ou invalidez do responsável financeiro, o seguro escolar se concentra em acidentes pessoais dentro e fora do ambiente escolar.
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“O que puxa o seguro educacional é o seguro escolar. As escolas contratam o seguro de acidentes pessoais e oferecem o seguro educacional para o responsável”, diz o corretor.
Os números revelam uma realidade preocupante: em 2021, cerca de 4 milhões de estudantes entre 6 e 34 anos abandonaram os estudos, representando 8,4% da evasão escolar. Além disso, estima-se que 87% das instituições de ensino não possuem seguro, abrangendo mais de 38 mil escolas e 8,3 milhões de alunos.
Evolução do mercado
Caio Noronha, CEO do Educbank, ecossistema financeiro de educação básica, destaca o aumento da importância dos produtos financeiros, incluindo seguros, como catalisadores do desenvolvimento educacional e do setor de educação privada.
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“O mercado está se adaptando muito rápido e usando muitas tecnologias. É um setor que é carente de produtos financeiros. Por isso, o seguro é importante para continuar desenvolvendo o mercado”, afirma Noronha.
De olho nesse mercado, o Educbank, junto com a seguradora Icatu, lançou um produto que prevê ampliar a oferta de proteção financeira na comunidade educacional privada, atendendo tanto alunos quanto professores, funcionários e famílias.
Segundo Noronha, tem crescido a oferta dos seguros voltados para garantir a continuidade educacional dos estudantes pelas seguradoras, além da integração de tecnologia no setor para aprimorar a experiência do cliente. O executivo enfatiza a importância de construir jornadas tecnológicas para oferecer não apenas seguros, mas “uma experiência completa e moderna aos clientes”.
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Para os especialistas, apesar das evoluções que já ocorreram no segmento, ainda há espaço para crescer, uma vez que falta conhecimento para escolas e responsáveis sobre os seguros voltados para garantir a educação. Isso inclui o custo de contratação, que eles alegam ser baixo, considerando o valor da mensalidade – que gira em torno de R$ 1.500 nas escolas paulistanas, por exemplo.