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Como indenização é paga aos veículos destruídos no Rio Grande do Sul?

Desembolsos, em alguns casos, ocorrem em até 48 horas; 8.216 segurados já abriram pedidos relacionados aos seus carros

Gilmara Santos

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As primeiras estimativas apontam que ao menos 200 mil veículos foram perdidos com as enchentes no Rio Grande do Sul, segundo estudo da Bright Consulting, consultoria especializada no setor automotivo. Levantamento recente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) mostra que 8.216 segurados já abriram sinistros relacionados aos seus veículos atingidos. Os dados foram reunidos entre 28 de abril e 22 de maio.

“Os números são baseados nos sinitros analisados e são uma estimativa preliminar. Nossa avaliação é que este número crescerá muito nas próximas semanas”, salientou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, ao lembrar que a maioria das solicitações de indenizações ainda não foram enviadas pelos clientes às seguradoras.

Além da magnitude dos danos e da quantidade de pessoas impactadas, outras importantes etapas da cadeia de atendimento também foram afetadas, como o acesso aos locais e veículos atingidos, a perda de documentos pessoais e dos automóveis, assim como a impossibilidade de conseguir informações sobre os veículos por meio de órgãos oficiais.

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Diante deste cenário, as seguradoras estão flexibilizando as regras para atender os clientes, com as indenizações sendo pagas, em alguns casos, em até 48 horas.
Marcio Probst, chief claims & operation officer do Grupo HDI, comenta que a sua empresa mapeou todas as situações que têm potencial para impactar no andamento dos processos de indenização.

“Também aplicamos ações para simplificar a jornada dos clientes e dos parceiros, reduzindo significativamente os prazos indenizatórios. Com essas ações, os pagamentos têm ocorrido de forma muito mais ágil, apoiando os corretores e os segurados na região”, diz ao afirmar que aceleração de toda a jornada de sinistro permitiu entregar indenizações em até um dia útil.

Roberto de Antoni, diretor-geral de operações da Mapfre, também afirma que a companhia vem agilizando o pagamento das indenizações. Atualmente, o processo de liberação do seguro auto tem um tempo médio de 5 dias úteis.

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“Diante das dificuldades enfrentadas pelos segurados, que muitas vezes estão sem acesso a documentos pessoais, dos seus veículos e até mesmo sem o automóvel em seu poder, a companhia flexibilizou alguns procedimentos. Enquanto a documentação necessária é providenciada pelos segurados, cada caso está sendo avaliado individualmente, garantindo tranquilidade e confiança a todos”, afirma Antoni.

A Tokio Marine também está com uma equipe 100% dedicada ao atendimento das localidades atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, focada na simplificação dos processos de sinistros, reduzindo a documentação normalmente exigida. “Quando viável, inclusive, estamos realizando vistorias por imagem para otimizar o pagamento das indenizações”, diz Adilson Lavrador, diretor-executivo de operações, tecnologia e sinistros da Tokio Marine.

“No que se refere ao Rio Grande do Sul, estamos comprometidos a indenizar de imediato, agilizando a abertura dos sinistros, simplificando a apuração dos casos, resultando em uma redução considerável do prazo de pagamento aos nossos segurados”, complementa o executivo da Tokio Marine.

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Sem serviços do Detran

A indisponibilidade do sistema de consultas dos veículos no Detran também tem sido outro problema que as seguradoras estão tentando solucionar. Isso ocorre porque antes de realizar o pagamento da indenização, a seguradora consulta se há débitos do veículo no Detran. Se tiver, o valor é descontado no pagamento da indenização. Sem poder confirmar se há débitos nos veículos, as companhias estão abrindo exceções para os seus clientes.

A HDI, por exemplo, optou por antecipar 80% do valor da indenização. “Com o retorno do acesso, iniciamos o pagamento complementar, deduzindo eventuais multas ou débitos dos veículos”, afirma Marcio Probst.

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Importante lembrar que, nos últimos dias, o Detran-RS divulgou medidas contingenciais e começou a retomar alguns serviços, incluindo consultas ao histórico do veículo, embora a normalização completa ainda não tenha prazo determinado.

“A Mapfre adaptou seus processos para garantir o pagamento das indenizações mesmo sem a documentação de transferência do veículo completa”, diz Antoni.

Lavrador, da Tokio Marine, explica que nos casos em que conseguem ter o valor dos débitos, os descontos necessários são realizados. “Já nas demais situações, fazemos as indenizações e se, no futuro, for identificado algum débito de responsabilidade do proprietário do veículo, solicitaremos o reembolso”, finaliza.

Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC