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Como evitar problemas com corretores “picaretas” ao comprar seguro? Veja dicas

Confira as melhores práticas e os sinais de alerta para fugir de profissionais ruins e não ficar na mão quando precisar acionar o seguro

Jamille Niero

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No Brasil existem cerca de 135 mil corretores habilitados a trabalharem no mercado de seguros, segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão que regula e fiscaliza o setor. É um profissional que atua como intermediário entre a seguradora e o consumidor – mas o que compreende essa atividade? Como o cliente pode saber se quem o atende é um bom profissional?

Especialistas respondem essas dúvidas e explicam quais os sinais de alerta para procurar outro corretor antes de ter algum problema no episódio desta quinta-feira (15) do Tá Seguro?videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros, já disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast.

Segundo André Thozeski, presidente do Sincor-RS (Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul), um dos principais problemas observados na relação do consumidor com o corretor é a falta de clareza para o segurado do produto que ele adquiriu – principalmente no seguro automóvel, o mais popular do país.

Thozeski conta que não são raros os casos nos quais os consumidores acabam comprando coberturas específicas em função do preço mais barato, mas é só quando se veem em apuros que descobrem que não contrataram a cobertura adequada para aquele momento.

Ele cita como exemplo casos de segurados gaúchos que só haviam comprado a proteção para danos causados a terceiros ou somente contra roubo e furto do veículo e se viram desamparados nas enchentes que atingiram o estado porque a apólice (contrato de seguro) adquirida não cobria alagamentos. “É fundamental que fique muito claro para o cidadão consumidor qual é a cobertura que ele está comprando, quais são seus direitos e quais são as cláusulas de exclusão deste contrato”, pontua.

De acordo com o coordenador de Graduações da Escola de Negócios e Seguros (ENS), José Antonio Varanda, muitas vezes o consumidor opta pelo seguro mais barato na cotação realizada pelo corretor entre as seguradoras, porque faltou entender justamente a diferença entre os riscos cobertos por cada opção.

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Outro item importante é a franquia, ou seja, o valor que o segurado paga como participação naquele sinistro (ocorrência do risco previsto no contrato, como uma batida no carro). “A franquia e o preço do seguro (prêmio) são inversamente proporcionais. Na medida em que aumenta a franquia, evidentemente eu vou pagar menos por isso, mas quando tiver a ocorrência do evento, eu vou pagar mais, vai deduzir do valor maior do prejuízo que eu teria direito a receber. Não é só comparar preço, é comparar preço, cobertura e as franquias”, ele dá a dica.

Varanda sinaliza que o papel do corretor vai além de entender quais as coberturas adequadas a cada cliente e explicar todos os detalhes do contrato. O corretor deve orientar, por exemplo, como a instalação de mecanismos de segurança – como alarmes e câmeras – podem ser importantes ao contratar uma cobertura de roubo no seguro residencial, por exemplo, reduzindo o risco e o custo do seguro na ponta.

Como escolher um bom profissional?

Segundo os especialistas, há alguns caminhos para identificar um bom profissional do ramo. Segundo Thozeski, o consumidor deve ficar atento no comportamento do profissional, ou seja, fuja do corretor que “força a barra”, que vende soluções milagrosas e mirabolantes ou com preços fantásticos e irresistíveis, fora de qualquer parâmetro profissional. “O corretor de seguros sério e ético vai levantar as necessidades do consumidor e vai buscar as alternativas para solucionar as suas necessidades”, diz. Mesmo que isso signifique reduzir o próprio ganho, afinal o corretor ganha uma comissão da seguradora cada vez que vende uma nova apólice, comentam os especialistas.

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Também há algumas ferramentas de consulta disponíveis ao consumidor para checar se o corretor escolhido é um profissional habilitado para exercer a profissão. Uma delas é a consulta a corretores da Susep (acesse aqui) que permite a busca por nome, CNPJ ou CPF e tipo de produto, mostrando se o registro está ativo ou não. Outra é da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores e Empresas Corretoras de Seguros) que permite ainda a busca por estado, cidade ou bairro (acesse aqui).

O consumidor que se sentir lesado pelo atendimento do corretor pode registrar sua queixa no consumidor.gov.br, que irá para a Susep, ou ainda recorrer ao Ibracor (Instituto Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguros), que como o próprio nome diz, é a entidade de autorregulação da categoria.

Jamille Niero

Jornalista especializada no mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e saúde suplementar, com passagem por mídia segmentada e comunicação corporativa