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Já são ao menos 117 mortes confirmadas pelas autoridades municipais de Petrópolis desde a forte chuva que atingiu a cidade, na terça-feira (15). Um novo deslizamento, desta vez na comunidade 24 de Maio, gerou um alerta da Defesa Civil municipal. Após a ocorrência, o órgão viabilizou a evacuação da Rua Nova.
Ainda não há informação sobre vítimas e nem sobre o número de imóveis afetados ou interditados. A população foi orientada a se deslocar da área de risco para locais seguros. Há 25 escolas na cidade designadas pela prefeitura para receber os desabrigados.
Novas pancadas de chuva, na tarde desta quinta (17), fecharam as ruas Washington Luiz e Coronel Veiga, que ligam o centro histórico ao bairro Quintandinha, por causa de alagamentos e inundações.
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“Em uma hora, houve o registro de 60,54 milímetros”, informou a Defesa Civil municipal. Com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, o órgão atua na sinalização e orientação da população.
Outras vias da cidades foram interditadas pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans). Entre elas, a Estrada da Saudade, a Rua Silva Jardim, a Rua do Túnel, a Rua Marques de Pará, a Rua Santos Dumont e um dos sentidos da Rua do Imperador.
Segundo o governo do Rio de Janeiro, foi a pior chuva na cidade desde 1932. A região serrana do estado, onde se localiza Petrópolis, viveu outras tragédias nas últimas décadas. Em 1988 e em 2011, temporais também causaram um grande número de mortes.
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Dessa vez, um dos pontos mais impactados na cidade foi o Morro da Oficina, no Alto da Serra. Houve um grande deslizamento de terra no local, que fica próximo à Rua Tereza, conhecida área comercial do município perto do centro histórico. A prefeitura estima que cerca de 80 casas tenham sido afetadas.
Diante do alto volume de óbitos, o município abriu covas às pressas no Cemitério do Centro. Em respeito à programação dos familiares, foi descartada a realização de enterros coletivos. Conforme cronograma divulgado, entre quarta (16) e esta quinta (17) aconteceram 18 sepultamentos, incluindo cinco crianças e adolescentes.
Os bairros mais atingidos foram Quitandinha, Alto da Serra, Castelânea, Centro, Coronel Veiga, Duarte da Silveira, Floresta, Caxambu e Chácara Flora. Segundo a Defesa Civil municipal, todas as 18 sirenes de alerta situadas próximas às áreas de risco foram acionadas. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que o dispositivo tecnológico ajudou a salvar vidas.
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Órgãos públicos estão criando estruturas para realização de serviços de apoio à população. O Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ) montou dois pontos, nos bairros Quitandinha e Alto da Serra, para emissão das carteiras de identidade e de habilitação aos moradores que perderam seus documentos. A Polícia Civil também informou que está com equipes na cidade colhendo registros de pessoas desaparecidas. Até a manhã desta quinta, 134 nomes já haviam sido registrados.
“Os dados serão cruzados com a relação de cadáveres do IML da região. No Colégio Estadual Rui Barbosa, os policiais localizaram três pessoas que constavam como desaparecidas”, informou a Polícia Civil.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), através do seu programa de localização e identificação de desaparecidos, também tem recebido solicitações para localização de pessoas. Até esta quarta, a instituição possuía pedidos envolvendo 35 desaparecidos.
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Recursos
O governador Cláudio Castro afirmou que o estado não deixaria faltar recursos para a reconstrução da cidade, acrescentando que toda ajuda seria bem-vinda. Uma visita do presidente Jair Bolsonaro à cidade está agendada para esta sexta (18). Um plano do governo federal será apresentado ao prefeito Rubens Bomtempo.
Castro tem defendido os investimentos feitos pelo seu governo nos últimos anos em obras de contenção de encostas e de melhoria do asfalto e em programas habitacionais.
O Portal da Transparência do executivo estadual, no entanto, mostra uma diferença significativa entre o orçamento previsto e o montante empenhado em 2021 na prevenção e resposta ao risco e recuperação de desastres. A dotação inicial era de R$ 402,8 milhões. Apenas R$ 192,8 milhões foram empenhados, o que representa 47,8% do estimado.
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Segundo Castro, ações preventivas são desenvolvidas pelo governo. “Não se resolve 40 anos em um ou dois anos”, disse. Ele reconheceu que a falta histórica de investimentos contribuiu para os estragos na cidade, mas também atribuiu a situação ao caráter excepcional da chuva.
A Agência de Fomento do Rio (AgeRio), vinculada ao governo estadual, anunciou nesta quinta (17) o Programa Reconstruir Petrópolis, que destinará linhas de crédito aos negócios do município.
Também foi sancionada pelo governador uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que garante um repasse de R$ 30 milhões para a cidade. Os recursos são provenientes de economias do orçamento da casa legislativa.
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