Com distribuição de 66% do lucro, rendimento do FGTS fica em 4,9%, líquido de Imposto de Renda

Após Bolsonaro vetar distribuição de 100%, fundo repassará aos cotistas 66% do lucro apurado em 2019

Giovanna Sutto Priscila Yazbek

Ilustração (Gettyimages)
Ilustração (Gettyimages)

Publicidade

SÃO PAULO – O conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) divulgou nesta terça-feira (11) que a distribuição do lucro do fundo aos cotistas neste ano, referente ao exercício do ano passado, será de 66%. Assim, a rentabilidade do FGTS em 2019 ficou em 4,9% – lembrando que os rendimentos do fundo não sofrem desconto de Imposto de Renda.

O lucro distribuído aos cotistas chegou a ser elevado para 100% no ano passado, depois da publicação de uma Medida Provisória (MP) assinada pelo ex-presidente Michel Temer. Mas, em dezembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro vetou essa MP e o repasse do lucro voltou a ser parcial, mas o percentual exato de distribuição ainda não havia sido informado.

De acordo com a ata divulgada nesta terça-feira pelo conselho curador, “o resultado de 2019 foi de R$ 11.324.324.757,15 e está sendo proposto a distribuição de R$7,5 bilhões”, ou seja, o equivalente a 66% do lucro apurado.

“Esse montante, distribuído de forma proporcional aos saldos das contas vinculadas, juntamente com os juros e atualização monetárias obrigatórios do FGTS representarão uma rentabilidade total de 4,90% no ano de 2019”, diz a ata.

O conselho informou ainda que esse retorno vai ser creditado até o próximo dia 31 de agosto nas contas do FGTS que tinham saldo positivo em 31 de dezembro do ano passado.

O rendimento anunciado supera com folga o da poupança, que ficou em 4,26%, e de boa parte dos investimentos de renda fixa. Com a queda da taxa de juros básicos da economia, a Selic, para os atuais 2% ao ano, apenas a parte fixa do rendimento do FGTS já supera a taxa básica.

Para Michael Viriato, professor de finanças do Insper, o conselho do FGTS surpreendeu a expectativa em relação ao montante de distribuição, sobretudo diante da pandemia. “Esses 4,9% equivalem a 82% do retorno CDI do ano passado, que foi de 5,96%. Mas lembrando que o FGTS é líquido de IR, enquanto outras aplicações de renda fixa sofrem o desconto”, diz Viriato.

Ao descontar o IR, o retorno líquido da renda fixa no ano passado cai para cerca de 4,3%, portanto abaixo dos 4,9% do FGTS.

Viriato ressalta que a comparação é feita com o CDI do ano passado porque o rendimento do FGTS creditado aos cotistas neste ano é referente ao resultado do fundo no ano passado.

Para saber como funciona o rendimento do FGTS e entender se vale a pena ou não sacar o valor, veja o vídeo: 

Continua depois da publicidade

Tópicos relacionados

Giovanna Sutto

Responsável pelas estratégias de distribuição de conteúdo no site. Jornalista com 7 anos de experiência em diversas coberturas como finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira.