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O Brasil tem mais de 263 milhões de celulares em uso e com certeza todos eles recebem diariamente ligações indesejadas ou fraudulentas. Muitas dessas chamadas falam sobre compras não aprovadas, prometem vantagens inexistentes, ou pior, tentam obter informações sigilosas para aplicar golpes financeiros. O crescimento exponencial dessas ligações vem atormentando consumidores e autoridades e exigindo cada vez mais cuidado de todas as partes.
O grande problema é que embora o sistema “Não Me Perturbe” tenha sido criado para barrar chamadas de telemarketing, ele só compreende as empresas regulamentadas, não se aplicando a ligações fraudulentas. Tudo isso acaba exigindo medidas adicionais por parte dos consumidores e órgãos reguladores.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) até tem adotado medidas para conter o abuso de chamadas telefônicas, especialmente aquelas de caráter fraudulento. Entre as ações recentes, destaca-se a obrigatoriedade de as operadoras de telefonia identificarem e bloquearem números que realizam chamadas em massa, sem consentimento do usuário.
Além disso, a agência tem incentivado o uso de sistemas de denúncia e a colaboração entre operadoras e órgãos de segurança pública para rastrear e punir responsáveis por esses golpes.
Mesmo assim a própria Anatel reconhece o tamanho do problema, com mais de 1 bilhão de chamadas de telemarketing abusivo sendo recebidas mensalmente pelos brasileiros entre junho de 2022 e dezembro de 2024.
Telemarketing abusivo
No caso do telemarketing de empresas reais, já é considerado abusivo quando são feitas mais de 100 mil chamadas por dia usando robôs, com duração em torno de seis segundos, sendo encerradas quando não há resposta imediata. Se o usuário atende, é transferido a uma central que lhe oferecerá algum produto ou serviço que não pediu.
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A agência informa que, desde junho de 2022, quando entraram em vigor medidas mais duras, 178,7 bilhões de chamadas abusivas foram bloqueadas, e apenas 15% continuam chegando aos consumidores. Também foram bloqueados 1.041 usuários de telecomunicações e aplicado R$ 32 milhões em multas, com base em 24 processos administrativos.
Apesar dos bilhões de ligações indesejadas, o telemarketing real não é hoje o problema mais grave. A praga que atormenta hoje os brasileiros são as chamadas feitas por estelionatários, o que torna a questão ainda mais desafiadora, por envolver o crime organizado.
- Leia também: Quais são golpes mais aplicados nos meios digitais? Anatel lista riscos e mostra como evitá-los
Denúncias e medidas de proteção
Diante da dificuldade de impedir totalmente essas ligações, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda aos consumidores adotar algumas medidas para minimizar os riscos e denunciar práticas abusivas:
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- Denunciar para a Anatel: É possível reportar números suspeitos no site da Anatel ou pelo telefone 1331, canal de atendimento da agência para reclamações de consumidores.
- Registrar ocorrência na polícia: Como muitas dessas ligações são golpes, a recomendação é registrar um boletim de ocorrência (BO) e, sempre que possível, relatar os números utilizados pelos golpistas.
- Procurar o Procon: Alguns Procons estaduais disponibilizam formulários específicos para denúncias de ligações abusivas, facilitando a fiscalização e a adoção de medidas legais contra empresas envolvidas.
- Evitar o compartilhamento de dados pessoais: Muitos golpes telefônicos utilizam informações obtidas de forma indevida. Por isso, é essencial limitar a divulgação de dados pessoais, recusando solicitações desnecessárias em sites, aplicativos e estabelecimentos comerciais.
Vigilância total
Com essa crescente sofisticação das fraudes telefônicas, tanto a Anatel como o Idec recomendam não só o aumento da vigilância como também a adoção de estratégias de proteção por parte dos consumidores.
Proteger seus dados e manter-se informado são passos fundamentais para evitar prejuízos e garantir mais segurança nas comunicações.
Evite inserir seus dados em sites duvidosos e sempre procure informações em caso de dúvidas sobre um endereço da internet.
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Veja os principais cuidados com seus dados
1. Verifique o domínio
Antes de inserir seu nome veja se o nome de domínio está correto. Para tirar dúvidas, entre no site oficial, via Google. Isso porque, como não é possível usar o mesmo endereço do original, os golpistas criam algo semelhante no intuito de enganar um usuário desavisado. Coisas como “Faceb00k” em vez de “Facebook”, ou a existência de uma letra a mais na palavra, como “Amazzon” são muito utilizados pelos criminosos.
2. Procure erros
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Se você encontrou um site com muitos erros de português ou de digitação, com designs malfeitos, tome cuidado porque ele pode ser falso. Os criminosos costumam cometer erros básicos na escrita ou layouts. Outro detalhe para ficar de olho é a existência de muitos bugs, pois ao contrário de sites oficiais, que levam em conta a experiência do usuário, os sites falsos não se preocupam em manter uma navegação fluida e bem otimizada, deixando a página lenta e com vários erros.
3. Confira o cadeado HTTPS
O protocolo HTTPS é uma camada extra de segurança presente em sites que permitem login, recebem pagamentos ou informações sigilosas. Essa tecnologia, representada por um pequeno cadeado na barra de endereços, indica se a conexão entre o dispositivo e o servidor é segura.
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4. Busque no Google
O Google tem uma ferramenta que permite verificar a autenticidade de um site. Acessando o “Status do site no Navegação segura” e inserindo a URL no campo indicado, é possível identificar se uma página contém elementos perigosos que podem comprometer a segurança do usuário. A ferramenta pode ser útil na hora de descobrir se uma loja online é segura e autêntica, por exemplo.
5. Recorra ao Posso Confiar
A plataforma Posso Confiar (https://possoconfiar.com.br/) fornece informações sobre a confiabilidade de um site, avaliando diversos fatores importantes, incluindo histórico de segurança, malwares e atividades de phishing. Assim, você consegue verificar se é seguro acessar um site desconhecido. A consulta pode ser feita rapidamente: basta digitar o endereços no campo indicado e apertar a tecla “Enter”. Após análise, a ferramenta vai informar se o site oferece algum risco ou se a navegação é segura.
6. Desconfie sempre
Encontrou um site com proposta de dinheiro fácil? Produtos muito mais baratos do que nas lojas? Desconfie! Os criminosos costumam atrair a atenção das pessoas com ofertas mirabolantes, tanto em páginas da web quanto em redes sociais, prometendo valores altos após o pagamento de uma quantia. Esse tipo de golpe também ocorre em lojas online, onde os fraudadores criam anúncios de produtos com preços muito abaixo do normal. No entanto, após fazer um pagamento ou cadastrar as informações bancárias, o usuário sofre um golpe ou recebe um produto de qualidade inferior. A dica é: tome cuidado com propostas boas demais para serem verdade e cheque se a empresa tem reclamações no Reclame aqui antes de fechar a compra.
8. Selos de segurança
Lojas online exibem selos de segurança no rodapé da página que comprovam que o site foi verificado por empresas especializadas do setor, como McAfee, Norton e GeoTrust. No entanto, esses selos podem ser falsificados para enganar o usuário. Em lojas que aplicam golpes, os criminosos adicionam uma imagem para simular a existência dos selos, enganando um comprador desavisado. Mas é possível checar a veracidade: basta clicar sobre a imagem e veja o que aparece, porque os verdadeiros selos mostram informações a respeito da empresa que faz o selo e sobre a confiabilidade do comércio. Em casos de falsificação, esse selo não é clicável.
9. Verifique o domínio
Acessando a ferramenta Whois, presente em muitas plataformas de hospedagem, como o Registro.br, você consegue verificar as informações sobre um determinado site, incluindo o responsável por ele. Assim, é possível identificar endereços falsos, já que essas páginas são constantemente removidas e os criminosos precisam adquirir novos domínios. Portanto, quanto mais recente o domínio, maior o risco de ser falso. A ferramenta exibe a data de registro e algumas informações do titular, como nome, CNPJ e e-mail.