Campos Neto corrige fala sobre extinção de apps dos bancos: ‘não haverá prejuízo’

Fala sobre fim de aplicativos de bancos com Open Finance gerou ruídos, diz presidente do BC

Maria Luiza Dourado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Lula Marques/ Agência Brasil)
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Lula Marques/ Agência Brasil)

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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, voltou atrás sobre uma manifestação recente que concedeu afirmando que os aplicativos de bancos seriam extintos sob a vigência do Open Finance, sistema de compartilhamento autorizado de dados entre instituições financeiras. O representante da autoridade monetária falou sobre o assunto nesta quinta-feira (7), no Evento Anual Drex 2023, promovido pelo próprio BC.

“Outro dia dei uma declaração que criou um ruído. Eu não quis dizer que nenhum banco será prejudicado. O que eu quis dizer é que, se você [usuário] tem quatro ou cinco contas em bancos (diferentes), não faz sentido, em termos de comparabilidade e portabilidade, ter quatro ou cinco canais de entrada. Você vai puxar seus dados e escolher um lugar para comparar dados e produtos. Agora os bancos começam a competir por canal e principalidade [ser a preferência do usuário]”, disse.

Em evento recente realizado em Chicago, Campos Neto afirmou que, nos próximos dois anos, não haveria mais aplicativos do Itaú, Bradesco ou Santander, e sim um agregador que, por meio do Open Finance, integraria “tudo nas suas contas”.

Segundo o próprio presidente do Banco Central, a fala foi mal recebida por alguns “atores” do mercados e gerou ruídos. “No Open Finance, estamos longe do ideal em termos de homogeneidade de dados, mas caminhamos para um marketplace de serviços financeiros”, completou.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.