O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (24) as 14 instituições que vão participar do Piloto RD, fase de testes do Real Digital no Brasil. Bradesco, Itaú, Santander, Nubank, XP são algumas que compõem a lista.
Os testes do Piloto RD vão funcionar com transações (de emissão, negociação, transferência e resgate) e clientes simulados e vão durar até março de 2024. Inicialmente, a lista foi composta por 10 instituições, mas o BC decidiu incluir mais quatro participantes.
O piloto é um ambiente colaborativo para testes e desenvolvimento com tecnologia DLT (Distributed Ledger Tecnology), de registro distribuído para operações com o Real Digital. O foco é testar a infraestrutura e a privacidade das informações que vão transitar na rede. Vale lembrar que a “estrutura” (banco de dados) mais conhecida com base na tecnologia DLT é a blockchain. No piloto, a escolhida foi a plataforma Hyperledger Besu, uma rede blockchain baseada no ecossistema do Ethereum.
O BC recebeu 36 propostas de interesse na participação do Piloto RD, entre candidaturas individuais e consórcios de entidades, totalizando mais de 100 instituições de diversos segmentos financeiros.
O Comitê Executivo de Gestão (CEG) selecionou 14 instituições a seguir por ordem de inscrição, conforme as regras previamente definidas no regulamento do piloto:
- Bradesco
- Nubank
- Banco Inter, Microsoft e 7Comm
- Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM
- Itaú Unibanco
- Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin
- SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred
- XP, Visa
- Banco BV
- Banco BTG
- Banco ABC, Hamsa, LoopiPay
- Banco B3, B3 e B3 Digitas
- ABBC: bancos Brasileiro de Crédito, Ribeirão Preto, Original, ABC, BS2 e Seguro; ABBC, BBChain, Microsoft e BIP
- Banco do Brasil
De forma geral, as instituições devem ser reguladas pelo BC e ter capacidade para simular as transações previstas. Com base na seleção final, o BC iniciará a incorporação dos participantes à plataforma do Piloto RD até meados de junho de 2023.
“A seleção inicial tem representantes de instituições financeiras dos segmentos prudenciais S1 a S4, instituições de pagamento, cooperativas, bancos públicos, desenvolvedores de serviços de criptoativos, operadores de infraestruturas de mercado financeiro e instituidores de arranjos de pagamento”, afirma o BC em comunicado.
Categorias de ativos
O BC vai registrar três categorias de ativos neste ambiente:
- Real Digital: para o atacado ou interbancário; moeda do Banco Central, que hoje os análogos são as reservas bancárias ou as contas de liquidação;
- Real Tokenizado: para o varejo; versões tokenizadas do depósito bancário; que é o dinheiro em sua versão digital do que a pessoa física tem no banco;
- Títulos do Tesouro Direto: possibilidade de compra e venda de títulos públicos federais (TPF) no mercado primário e secundário.
Embora o Real Digital ganhou força como nome mais conhecido da versão virtual do dinheiro, o BC deu nomenclaturas específicas diferentes para separar o funcionamento de cada ativo no ambiente digital que está sendo criado.
A proposta inicial é fazer testes simulados com compra e venda de títulos públicos para avaliar o funcionamento da infraestrutura do Real Digital e a privacidade das transações. O cronograma prevê que os testes com os títulos do Tesouro devem acabar no próximo ano.