Banco Central: 90% dos servidores mantêm greve por tempo indeterminado

Divulgações periódicas de estatísticas e as atividades não essenciais da autoridade monetária continuam paralisadas

Estadão Conteúdo

Fachada do Banco Central do Brasil (divulgação)
Fachada do Banco Central do Brasil (divulgação)

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Nas vésperas da reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) — marcada para a quinta-feira (26) — os servidores do Banco Central decidiram continuar em greve por tempo indeterminado.

A manutenção do movimento foi aprovada por 90% dos votos válidos em assembleia virtual da categoria realizada nesta terça-feira (24).

De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), as divulgações periódicas de estatísticas e as atividades não essenciais da autoridade monetária continuam paralisadas.

“Vamos trabalhar para que o Comef não saia ou para que tenha um escopo reduzido”, afirmou o presidente do sindicato, Fabio Faiad. Questionado, contudo, o BC informou que a reunião do Comef segue agendada para a próxima quinta-feira.

Segundo Faiad, não há nenhuma reunião marcada com a diretoria do Banco Central para retomar as negociações. A categoria pede recomposição salarial de 27%, além de reestruturação de carreira dos servidores.

Estão suspensas as divulgações regulares do BC, como o Boletim Focus, os dados do fluxo cambial e as estatísticas fiscais, de crédito e do setor externo. Há também atrasos na divulgação da taxa Ptax diária, o que deixa o mercado financeiro em constante atenção. Já o Pix e o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) estão em operação.

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Greve

A greve dos servidores do BC foi iniciada no dia 1º de abril. De 20 de abril a 2 de maio, a categoria fez uma trégua, como um “voto de confiança” no presidente do BC e na tentativa de avançar nas negociações do governo. Mas, sem novidades, retomou a paralisação no dia 3 de maio.

No dia 12 de maio, o BC recuou de uma proposta de minuta de Medida Provisória enviada ao Ministério da Economia para reestruturar as carreiras dos servidores do órgão.

O texto previa um reajuste salarial de 22% para analistas e técnicos da autoridade monetária, com pagamento a partir de junho de 2022, enquanto o governo quer conceder um aumento linear de 5% para todas as categorias do funcionalismo federal. Após a divulgação da minuta, o BC alegou haver “inconsistências” na proposta, que foi retirada do Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais do Governo Federal (Sidof).

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Além dos servidores do BC, os do Tesouro Nacional iniciaram uma greve na segunda-feira (23) e os da Controladoria-Geral da União (CGU) iniciam o movimento na próxima segunda-feira (30). As duas categorias pleiteiam um reajuste de 27% e não aceitam aumentos salariais diferenciados para as carreiras policiais.

No Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a categoria decidiu, na segunda-feira, encerrar a greve que durava 62 dias. Para por fim à paralisação, os servidores assinaram um acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência.

A Pasta se comprometeu a enviar à Casa Civil, em até 30 dias, uma proposta de Medida Provisória (MP) ou projeto de lei em regime de urgência para tornar a carreira como típica de Estado. A proposta deve estabelecer como critério mínimo de admissão para o cargo de técnico o nível superior de escolaridade.

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Os servidores das carreiras de planejamento e Orçamento, de especialistas em políticas públicas e gestão governamental e de comércio exterior realizaram paralisação nesta terça-feira.

As categorias reivindicaram a abertura da mesa de negociação para que sejam repostas as perdas inflacionárias, estimadas em 30% pelo IPCA e mais de 60% pelo IGP-M, durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

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