Baby boomers usam mais carteiras digitais do que a Geração Z, diz Google

Na hora de pagar contas, o estudo mostrou que mais da metade dos baby boomers e pessoas mais velhas (seniores) usam carteiras digitais

Maria Luiza Dourado

Pix na Google Wallet (Divulgação)
Pix na Google Wallet (Divulgação)

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Os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, usam mais carteiras digitais do que os usuários da Geração Z, nascidos entre 1997 e 2012. A descoberta é da pesquisa Carteiras Digitais Além das Transações: Edição Brasil, encomendada pelo Google à PYMNTS Intelligence e compartilhada com exclusividade com o InfoMoney.

O recorte brasileiro dos dados faz parte de um levantamento global, que incluiu também França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. No Brasil, participaram da pesquisa 2.101 respondentes, entre 11 de janeiro e 5 de fevereiro de 2024. Os resultados foram divulgados pela PYMNTS Intelligence na última semana.

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Na hora de pagar contas, o estudo mostrou que 51% dos baby boomers e pessoas mais velhas (seniores) usam carteiras digitais para a tarefa, mesma porcentagem dos usuários da geração X, nascidos entre entre 1965 e 1980. Em contrapartida, apenas 36% dos consumidores da Geração Z pagaram contas com carteiras digitais.

O estágio de vida pode ser uma explicação para que a geração Z, considerada mais habilidosa com as redes, pegue menos usando carteiras digitais. “Um baby boomer tem mais boleto, tem mais conta para pagar. Por ter maior presença na atividade bancária, faz sentido que essa geração esteja mais à frente”, explicou ao InfoMoney Elisa Joia, Head de Operações de Pagamentos do Google na América Latina.

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Nas compras em lojas físicas, 35,4% dos baby boomers declararam usar carteiras digitais, contra 24,3% da Geração Z, 27,5% dos millennials e 30,7% da geração X.

Outra situação de uso comum das carteiras digitais acontece em compras online. Quase um terço (31,6%) dos baby boomers usam o recurso nesse momento, em comparação com apenas 20,4% da Geração Z e 24,6% dos millennials, nascidos entre 1981 e 1996.

Novidade

Desde agosto os usos transacionais da Google Wallet, como o pagamento de contas ou em lojas, incluem a vinculação de uma conta Pix à carteira, disponível para clientes de dois bancos parceiros da instituição. Na modalidade, o cliente dessas instituições podem fazer pagamentos via Pix dentro da carteira, sem ter que entrar no aplicativo do banco.

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“O pagamento ocorre da mesma maneira que nos apps do banco: via chave Pix, leitura de QR Code ou Copia e Cola. A diferença é que agora o usuário consegue colocar várias contas de banco. Começamos com esses dois parceiros, mas temos planos de consolidar mais bancos, então ela (Google Wallet) consegue agregar aquilo e ser de fato uma carteira” conta Elisa Joia.

Usos não transacionais

Segundo o Google, os brasileiros são mais propensos a usar carteiras digitais por razões não transacionais, como para fins de identificação e armazenamento de documentos, do que os consumidores de outros países. No Brasil, usar credenciais armazenadas nas carteiras digitais que verificam a identidade de uma pessoa ou seu direito de acessar um lugar ou serviço é a situação não-transacional mais popular. No geral, 15% dos consumidores usaram suas carteiras com este fim, puxados pelos millennials – 18% dessa faixa etária faz este uso.

Cerca de 30% dos consumidores no Brasil recorreram a carteiras digitais para armazenar documentos pessoais, incluindo identificações ou passes, como ingressos para eventos ou chaves de quartos de hotel.

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A Google Wallet guarda o documento de identidade oficial dos usuários em alguns estados dos Estados Unidos e de outros países, assim como ocorre com a carteira de vacinação do SUS por aqui. Ainda que não haja nenhuma estimativa sobre a possibilidade no Brasil, Elisa Joia admite que a empresa avalia estuda a possibilidade.

“É um uso que tem bastante potencial. A pesquisa mostra que é o mais pedido pelos brasileiros. A gente não tem aqui porque é necessário fazer um trabalho de integração com parceiros locais, já que é uma credencial super privada, então precisa ser super segura e armazenada de maneira correta. É preciso pensar em como fazer essa integração com os parceiros. Mas a gente pensa em expandir essa cobertura de identidade”, conta Joia.

Exemplos de usos não transacionais da Google Wallet (Divulgação)

Obstáculos

Uma fricção no uso das carteiras digitais são os problemas de acesso à conexão com a internet no momento em que o usuário precisa consultar suas informações, relatado por 29% dos consumidores locais.

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Apesar disso, segundo o Google, os brasileiros são menos propensos a ser afetados por fraudes em comparação com consumidores de outros países. Isso porque, embora problemas de internet possam ser um obstáculo, o uso de carteiras digitais para documentos importantes pode ser uma proteção potencial.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.