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Ataque hacker gera perdas de US$ 12 bi a bancos, seguradoras e gestoras, aponta FMI

Entre as formas de proteção, estudo cita uso de seguros, cuja adoção cresceu, mas coberturas seguem baixas, com 60% delas abaixo de US$ 1 mi

Estadão Conteúdo

(Pixabay)
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Bancos, seguradoras e gestoras de ativos sofreram mais de 20 mil ataques cibernéticos nas últimas décadas e que geraram perdas de US$ 12 bilhões ao setor financeiro global, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), em relatório publicado nesta terça-feira (9). O número de incidentes mais que dobrou desde a pandemia de Covid-19 e representa uma ameaça crescente à estabilidade financeira mundial, alerta a organização, com sede em Washington DC, nos Estados Unidos.

“Os ataques a empresas financeiras são quase um quinto do total, dos quais os bancos são os mais expostos”, afirmam Fabio Natalucci, Mahvash Qureshi e Felix Suntheim, autores do estudo que parte do Relatório de Estabilidade Financeira Global (GFSR, na sigla em inglês) do organismo, que será publicado na próxima semana.

Segundo eles, a dimensão de perdas extremas mais que quadruplicou desde 2017, para US$ 2,5 bilhões. E perdas indiretas, como danos à reputação ou atualizações de segurança, são “substancialmente maiores”.

Natalucci, Qureshi e Suntheim consideram os incidentes cibernéticos uma “ameaça grave” à estabilidade, uma vez que o setor financeiro é exposto a dados sensíveis, elevados níveis de concentração e uma forte interligação, incluindo conexões com a economia real. Alertam ainda para um “risco elevado” e que pode ameaçar a resiliência operacional das instituições financeiras, causando impactos negativos para a estabilidade macrofinanceira global.

Conforme o estudo do FMI, instituições financeiras baseadas em economias avançadas estão mais expostas do que aquelas situadas em países emergentes e em desenvolvimento. Apesar disso, o número de eventos têm crescido de um lado a outro do planeta.

O JPMorgan Chase, maior banco do mundo em ativos, informou recentemente que enfrenta 45 bilhões de eventos cibernéticos por dia, enquanto gasta US$ 15 bilhões com tecnologia por ano. Em outro incidente, o Commercial Bank of China sofreu um ataque, em novembro do ano passado, que prejudicou temporariamente as negociações no mercado do Treasuries, que são os títulos do Tesouro dos EUA.

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“Embora os incidentes cibernéticos não tenham até agora sido sistêmicos, eventos nas principais instituições financeiras podem representar uma ameaça grave à estabilidade macrofinanceira através da perda de confiança, da perturbação de serviços críticos e devido à interligação tecnológica e financeira”, atentam os autores do estudo do FMI.

O Fundo reconhece maiores esforços globais para mitigar os riscos cibernéticos no universo financeiro tanto em países desenvolvidos como nos emergentes, mas alerta para a necessidade de melhorias. Dentre as formas de proteção, o estudo do FMI cita o uso de seguros, cuja adoção cresceu, mas as coberturas ainda continuam baixas, sendo 60% abaixo de US$ 1 milhão.

“Dada a natureza global e as implicações sistêmicas dos ataques cibernéticos, a coordenação transfronteiriça é crucial para mitigar os riscos cibernéticos”, conclui o Fundo.